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'Liguei e, no mesmo dia, fiz a teleconsulta', diz paciente da SAS Brasil

Moradora do Complexo da Maré, no Rio, foi atendida no serviço de telemedicina da ONG, uma das vencedoras do Empreendedor Social 2021

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Rio de Janeiro

Em novembro de 2020, Maria José Ramos, 56, começou a sentir fraqueza no corpo, um bolo na garganta e dores de cabeça que não passavam nem com a ajuda de remédios. Eram os primeiros sintomas da Covid-19.

Foi quando a moradora do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, descobriu a SAS Brasil, que montou uma força-tarefa para atender à comunidade local por telemedicina. A iniciativa foi uma das vencedoras do Prêmio Empreendedor Social do Ano na Reposta à Covid-19.

Equipe de campo da SAS Brasil nas ruas da Maré, uma das favelas atendidas pelo serviço de telemedicina da ONG - Roy Bento/Divulgação


Por meio de uma teleconsulta, Maria José recebeu informações sobre a doença e acompanhamento médico de que precisava. Um ano depois, diz que até hoje os profissionais da organização entram em contato para monitorar sua saúde.

Quando a pandemia começou, muita coisa mudou na minha vida. Fiquei apavorada. Tinha bastante gente morrendo. Foi difícil, mas aqui em casa se fazia o que podia. Usava álcool em gel, lavava as mãos. Todos aqueles procedimentos que a ciência pedia para a gente fazer.

Mesmo assim, peguei Covid em novembro do ano passado. Minha filha mais velha vivia apavorada, porque ela trabalha em uma escola e pega ônibus. Ela dizia para eu ter cuidado e fazer exames, porque eu já estava ruim de saúde.

Eu sentia como se tivesse um bolo muito grande na minha garganta. Sentia fraqueza nos joelhos, junto com muita dor de cabeça e os olhos lacrimejando. Tinha dia que eu realmente me perguntava se iria morrer.

Então fizemos o exame. O da minha filha deu negativo. Quando recebi o meu, me assustei. Deu positivo. Falaram que eu precisava ficar de máscara em casa para não passar para outras pessoas.

No dia em que eu fui realizar o exame de Covid, tinha um rapazinho que estava entregando uns papeis sobre a SAS Brasil e peguei um deles. Quando cheguei em casa, decidi ligar para ver se aquilo funcionava mesmo.

Senhora sorri para foto
Maria José Ramos, 56, foi atendida pela SAS Brasil após receber diagnóstico de Covid, em novembro - Arquivo pessoal


Liguei, e de imediato a menina disse que ia marcar um atendimento para mim. No mesmo dia, fiz a consulta por vídeo e foi muito bom. Fui bem atendida.

Além das consultas, eles conversavam com a gente. Era um papo como se fosse até conhecido nosso. O atendimento da SAS foi importante para eu tirar dúvidas. Eu perguntava sobre o que podia comer e o que não podia, sobre o exercício que poderia fazer e não fazer. Foi tão bom que indiquei a SAS Brasil para muitas pessoas.

Depois, em um outro dia, eles mandaram um link para eu conseguir fazer um eletrocardiograma, porque a Covid estava dando derrame nas pessoas. E eu já tenho problema de pressão alta, né? Entrei nesse link e fui atendida rapidinho.

Até hoje, eles ligam para mim e perguntam como eu estou. Eles se preocupam com a gente. O Brasil precisa disso. Nós somos carentes de muita coisa, e a gente está precisando de cuidados.

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