O Dia Internacional da Mulher foi oficializado pela ONU em 1975, refletindo movimentos coletivos de greves e reivindicações por melhores condições de trabalho e direitos. Quase cinco décadas depois, reconhecemos as conquistas dessas gerações de mulheres, mas sem esquecer da urgência em avançarmos.
Alcançar a igualdade de gênero e empoderar meninas e mulheres é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS). E, na direção da Agenda 2030, há muito a ser feito para combater os diversos tipos de violência e obstáculos que atravessam suas vidas.
É necessário fomentar políticas de igualdade de gênero, garantir oportunidades e representatividade nos diferentes espaços, assegurar direitos sexuais e reprodutivos e o acesso à educação, saúde e geração de renda.
Assim como tantas outras questões urgentes no país, esse desafio pede respostas coordenadas e coletivas. E, mais uma vez, organizações da sociedade civil têm exercido papel fundamental, empoderando, conectando e promovendo autoestima, autonomia e novas oportunidades para que meninas, mulheres e mães possam construir novas histórias.
Apesar do recente aumento de recursos para filantropia, derivados da necessidade de combates emergenciais aos efeitos da pandemia, o estudo ''O impacto da Covid-19 nas OSCs brasileiras: da resposta imediata à resiliência", publicado em 2020, apontou diminuição da captação de recursos para 73% das organizações.
Nossa cultura sempre esteve muito ligada à caridade, por vezes vinculada a entidades religiosas ou situações emergenciais. Para consolidar uma cultura de doação, é preciso trazer este hábito para o dia-a-dia e ressaltar que fortalecer a sustentabilidade das organizações é fundamental para uma sociedade mais justa, democrática e igualitária.
O Movimento Arredondar nasceu com o objetivo de estimular a participação coletiva, engajando empresas e consumidores a apoiarem diferentes causas. Através de parcerias com marcas, criamos um canal fácil e acessível para que clientes possam fazer contribuições, doando centavos ao final de cada compra.
O recurso de uma multidão possibilita apoiar o trabalho de ONGs como Afesu, Rede Feminina de Combate ao Câncer, Casa Angela e Fundo Elas. São doações que se transformam em apoio escolar, cursos de capacitação, acompanhamento para pacientes em tratamento, partos humanizados e atendimento a gestantes e financiamento para projetos de empreendedorismo local.
Ao mesmo tempo, trazer o convite para dentro dos canais das marcas ajuda a promover a causa, conectar clientes com o poder da doação e com o trabalho dessas organizações.
E a resposta do consumidor é muito positiva, afinal as pessoas querem se envolver. Segundo a pesquisa ''Varejo com Causa'', 78% dos consumidores estão preocupados com questões socioambientais e, depois do governo, reconhecem a necessidade da ação de indivíduos e empresas.
Pessoas e marcas podem ter grande impacto neste desafio. São muitas as possibilidades: proporcionar conscientização e debates, dar visibilidade a projetos de impacto, questionar e repensar estruturas, pressionar governantes por políticas públicas, voluntariar.
E doar, de forma recorrente, para manter e ampliar o trabalho daqueles que fortalecem todos os dias as redes de mulheres.
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