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Centros para envelhecimento ativo são escassos em São Paulo; conheça iniciativas

Espaços variam entre locais de pesquisa e inovação e áreas de atividade e convivência

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São Paulo

O envelhecimento da população é uma realidade no Brasil. Segundo o IBGE, a cada ano cerca de um milhão de pessoas ultrapassa os 60 anos. Ao todo, são cerca de 30 milhões de pessoas, representando 14% da população brasileira em 2020.

Apesar disso, especialistas afirmam que o país não está preparado para acolher o público e promover um envelhecimento ativo, que consiste em otimizar oportunidades de acesso a saúde, participação social, segurança e educação.

Homem idoso
Centros para envelhecimento ativo em São Paulo ainda não atendem a totalidade da população - Adobe Stock

Diante da necessidade de criar espaços e ferramentas que promovam envelhecimento com qualidade, nos últimos anos surgiram iniciativas públicas e privadas focadas no envelhecimento. Os espaços variam entre centros de atividades até moradia.

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, por exemplo, iniciou nesse semestre o funcionamento do Centro de Ciência para Longevidade. Fruto de uma parceria com instituições internacionais, o projeto tem como objetivo propor soluções para a longevidade saudável.

Segundo Carolina da Costa, diretora-executiva de Educação, Pesquisa, Inovação e Saúde Digital do hospital, a meta nesse primeiro semestre é investir em pesquisa e proposta de soluções. Serviços voltados à longevidade devem ser oferecidos a partir do segundo semestre de 2023.

Álvaro Avezum, diretor do Centro Internacional de Pesquisa do hospital, diz que o projeto inova ao pensar em soluções com base no conhecimento científico. "O objetivo é o aumento da expectativa de vida com qualidade e também evitar mortes prematuras", diz.

As iniciativas na rede privada para promoção da longevidade ativa ainda são escassas e difusas. Os tipos de serviços oferecidos variam, mas é possível encontrar centros de convivência que oferecem atividades para manter pessoas com mais de 60 anos no convívio social ou com foco no cuidado e manutenção da saúde.

Na rede municipal paulista, existem 153 serviços do tipo, porém com objetivos diferenciados. São 16.635 vagas, incluindo, por exemplo, as Instituições de Longa Permanência ou os chamados Centros Dia para o Idoso.

Os NCI (Núcleos de Convivência de Idoso) são espaços que oferecem serviços voltados ao convívio social e que podem contribuir para um envelhecimento de maior qualidade. São 89 unidades na capital, embora também estejam disponíveis em outros municípios. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, são 116 Centros de Convivência do Idoso e 89 Centros Dia do Idoso.

Os espaços de convivência funcionam de segunda a sexta-feira e promovem atividades socioeducativas e de lazer. Já os Centros Dia são voltados para aqueles que não podem ficar sozinhos em casa, fornecendo cuidados durante o dia.

Para todos esses serviços, o encaminhamento é feito por meio dos Centros POP, Cras (Centros de Referência de Assistência Social), Creas (Centros de Referência Especializado de Assistência Social) ou abordagens sociais.

O secretário estadual Gilberto Nascimento destaca também o programa Vida Longa, em implementação no estado, que consiste na construção de conjuntos de habitação horizontais destinados à população idosa. O acesso também é feito a partir dos serviços de assistência social.

Marília Berzins, integrante do Centro Internacional da Longevidade e diretora do Olhe (Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento) em São Paulo, destaca a importância de iniciativas que foquem no envelhecimento ativo.

"Precisamos desses centros especializados, seja no âmbito público ou privado", afirma. "[No Brasil] temos um marco legal muito bom, mas na prática temos uma defasagem muito grande para implementar essas políticas."

De acordo com Berzins, os equipamentos disponíveis para atender esta população nos municípios brasileiros acomodam uma pequena parcela do grupo. Existem uma série de políticas públicas determinadas por lei para o acolhimento, mas, além de não haver vagas para todos, nem todos os centros funcionam conforme o previsto, diz.

"Hoje falamos muito da manutenção da capacidade funcional, então temos que trazer isso também para as pessoas mais jovens, que envelhecerão", indica Berzins.

Confira serviços disponíveis em São Paulo

REDE PRIVADA

Centro de Convivência do Idoso Enkyo

Rua Fagundes, 121, 3º andar – Liberdade

Centro da Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo, oferece atividades gratuitas abertas ao público em geral. Pessoas a partir de 60 anos podem participar da programação, que envolve ioga, tricô, aulas de idiomas, atividade física e uso de tecnologias. A programação de cada mês é disponibilizada pelo site do centro.

Koru Centro de Longevidade Ativa

Av. Irerê, 1333 – Planalto Paulista

Oferece serviço de convivência para receber pessoas a partir de 60 anos. Além disso, é possível aderir às atividades da academia ou aos serviços de medicina chinesa isoladamente. Os valores dos planos variam de R$ 150 a R$ 1.000

Centro de Longevidade IKIGAI

Rua Santa Cruz, 398 – Vila Mariana

Vinculado ao Hospital Japonês Santa Cruz, o centro oferece consultas que visam orientar pessoas em prol do envelhecimento saudável, incluindo questões comportamentais, de sono e alimentação. Atende pessoas a partir dos 40 anos, com foco em prevenção. Aceita planos de saúde.

NCI (NÚCLEO DE CONVIVÊNCIA DE IDOSO)

Segundo a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, existem 89 NCI no município de São Paulo. O serviço oferece atividades socioeducativas a idosos em situação de vulnerabilidade social, e funciona de segunda a sexta-feira. O acesso é via encaminhamento do Cras (Centro de Referência de Assistência Social). Os endereços podem ser encontrados aqui.

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