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O que mulheres precisam saber sobre complicações no pós-parto

As seis semanas seguintes ao nascimento do bebê exigem mais atenção, mas problemas podem surgir em até um ano

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Roni Caryn Rabin
The New York Times

Depois que uma mulher dá à luz, o bem-estar do bebê geralmente se torna o foco da atenção da família, e a saúde da mãe muitas vezes deixa de ser uma prioridade. Muitas novas mães ocupadas não vão à consulta pós-parto com um obstetra, embora as diretrizes médicas recentes digam que devem visitar o profissional responsável dentro de três semanas após o parto.

Uma nova pesquisa destacou a frequência com que complicações médicas graves relacionadas à gravidez surgem após o parto –muitas vezes muito depois de a mãe receber alta do hospital.

Aqui está o que você precisa saber.

As seis semanas após o parto exigem mais cuidado e atenção - Space Car/Adobe Stock

Quando complicações pós-parto são mais prováveis?

As primeiras seis semanas depois do nascimento do bebê são as mais perigosas. As mulheres e seus parceiros ou equipes de apoio devem estar especialmente atentos durante a primeira semana. Mas complicações relacionadas à gravidez podem surgir até um ano após o parto.

"Todo o primeiro ano é um período vulnerável", diz Cheryl Franklin, professora assistente de obstetrícia e ginecologia na Escola de Medicina Morehouse, em Atlanta.

Quem sofre maior risco?

As mulheres negras são quase duas vezes mais propensas que as brancas a terem complicações graves durante o período pós-parto.

Mas todas as mães com 35 anos ou mais têm maior probabilidade de sofrer complicações após receberem alta da maternidade, independentemente de raça e etnia. As mulheres que passaram por cesariana e aquelas que tiveram um natimorto também têm maiores chances de ter problemas, assim como obesas e com problemas de saúde anteriores, como doenças cardíacas.

Quais são os sinais de alerta mais comuns?

Vários sintomas após o parto podem indicar complicações médicas graves e exigem atendimento médico imediato. Eles incluem:

  • Dor de cabeça que não desaparece ou piora;
  • Tonturas ou desmaios;
  • Alterações na visão;
  • Febre de 38°C ou superior;
  • Forte inchaço na face ou nas mãos;
  • Problemas respiratórios;
  • Dor no peito ou coração acelerado;
  • Náuseas e vômitos graves;
  • Forte dor de barriga;
  • Inchaço grave e vermelhidão ou dor em um braço ou uma perna;
  • Sangramento vaginal intenso ou corrimento;
  • Fadiga excessiva.

Se você não conseguir falar com seu profissional de saúde habitual, vá ao pronto-atendimento e certifique-se de dizer que deu à luz no último ano.

Gravidez ou parto difícil são mais propensos a causar complicações?

Sim –mas qualquer pessoa pode desenvolver uma complicação médica após o parto, mesmo alguém que teve uma gravidez tranquila e fácil.

Algumas condições médicas que surgem durante a gravidez, como distúrbios hipertensivos e diabetes, podem aumentar os riscos durante o período pós-parto e requerem acompanhamento e monitoramento rigorosos. Mulheres com hipertensão ou histórico familiar podem ter em casa um aparelho para monitorar a pressão arterial, além de usar um programa de monitoramento remoto.

Certas ocorrências no parto também levantam sinais de alerta. As cesáreas podem levar a infecções e coágulos sanguíneos potencialmente fatais. Ter um parto prematuro ou ter um bebê pequeno para sua idade gestacional deve exigir um monitoramento rigoroso da saúde da mãe, além das condições do bebê.

Uma experiência traumática de parto pode levar a depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático, diz a psicóloga Katayune Kaeni. Todas as mulheres devem ser rastreadas para depressão durante seus exames pós-parto.

O que fazer para diminuir meu risco?

Se você não está grávida e está planejando uma gravidez, agende uma consulta pré-concepção com seu médico e seu parceiro, se você tiver um (o histórico médico dessa pessoa também pode ser importante).

"Otimize sua saúde antes da gravidez, com nutrição saudável para o coração, condicionamento físico, exames de câncer e imunizações", diz Franklin. "Otimize condições crônicas, como pressão alta, diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares, e entenda seu histórico familiar e seus próprios fatores de risco."

Ao engravidar, inicie logo o tratamento pré-natal e não falte às consultas.

Após o parto, certifique-se de voltar ao seu obstetra ou ginecologista para exames, de preferência nas primeiras duas a três semanas após receber alta da maternidade. Se você teve dificuldades durante a gravidez ou tem problemas de saúde anteriores, como pressão alta, diabetes ou obesidade, converse com seu médico sobre um check-in ainda mais cedo, ligações ou consultas mais frequentes, além da transição para especialistas que possam gerenciar seus cuidados pós-natais.

Se você tiver dúvidas, ligue para seu médico. Se os profissionais descartarem suas preocupações, mas você não se sentir bem, vá para um pronto-atendimento.

Quais sintomas psicológicos merecem atenção?

Algumas novas mães podem se sentir tristes após o parto, mas geralmente é um fenômeno transitório. Procure ajuda se os sentimentos de tristeza e desesperança continuarem, se você achar que não é uma boa mãe, ou sentir que não tem controle sobre sua vida e está constantemente preocupada.

Obtenha ajuda imediatamente se tiver pensamentos de machucar a si mesma ou ao bebê, ou se pensamentos intrusivos surgirem em sua cabeça e você não conseguir se livrar deles.

Tradução Luiz Roberto M. Gonçalves

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