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Calor na praia exige mais hidratação, especialmente entre bebês e lactantes

Boca e pele secas, dor de cabeça, urina densa, sonolência e indisposição são sintomas de falta de água no corpo

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Rio de Janeiro

Brincar na rua com os amigos faz parte do dia a dia do Theo Melchiades, 7. Mas, até ele que adora estar ao ar livre, desanimou com o calor que atinge o Rio de Janeiro. A cidade registrou sensação térmica recorde de 60º C em novembro.

"Esses dias ele chegou a sair, mas voltou em cinco minutos. Nem para o futebol quis ir, o que é muito surpreendente porque ele é uma criança muito ativa, mas o calor parou o Theo", diz a mãe, a psicóloga Marina, 38.

O pequeno também faz aula de surf uma vez por semana na praia do Recreio, na zona oeste do Rio. Marina conta que tem se organizado para ficar na praia somente na hora da aula. "A gente costumava ir mais cedo para ele nadar um pouco, eu também aproveitava, mas nessas últimas semanas tem sido impossível, não conseguimos ficar porque o calor está insuportável", afirma a psicóloga.

Crianças se refrescam no mar da praia do Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro. - Tercio Teixeira-15.nov.2023/AFP

Para a aula, Theo usa blusa de proteção e bastante protetor solar, segundo a mãe. "Além disso, é garrafinha de água na mão e água de coco na hora de ir embora", completou.

Praia em dias quentes exige muita hidratação, especialmente entre crianças e idosos, que são mais vulneráveis ao calor. Entre os sintomas de desidratação estão boca e pele secas, dor de cabeça, urina densa e muito amarelada, sonolência, fraqueza, indisposição e constipação, além de estresse e ansiedade.

A água é mesmo a peça-chave para manter a hidratação em dia. O ideal, segundo especialistas, é o consumo de 1,5 a 2 litros por dia.

"Outros líquidos ou bebidas que contenham adoçantes, açúcar e bebidas alcoólicas, como a cerveja, podem dar mais trabalho para o organismo e atrapalhar o processo de hidratação e eliminação de toxinas", afirma a nutricionista Júlia Quinet.

De acordo com ela, quando a pessoa não está se hidratando adequadamente na praia ou na piscina, é comum ter a sensação de fome.

"Muitas vezes, confundimos os sinais que o corpo dá. É preciso observar. Se a pessoa comeu há cerca de uma hora, por exemplo, ela certamente está precisando de ingestão de líquidos ao invés de sólidos", diz.

A pediatra Michele Pires, especialista em neonatologia, explica que mulheres que amamentam devem caprichar na ingestão de líquidos para aumentar as mamadas. "Isso porque bebês de até seis meses são hidratados por meio do aleitamento materno. A água deve ser consumida somente na introdução alimentar", afirma.

Além disso, o ideal, de acordo com a especialista, é que a criança só faça atividades ao ar livre antes das 7h e após às 16h, para evitar maior exposição ao sol.

Para bebês maiores de seis meses, a orientação é usar filtro solar acima do fator 30, repassando num intervalo de duas horas, além das roupas UV.

Com um pano no rosto, mulher descansa na praia do Recreio dos Bandeirantes durante onda de calor no Rio de Janeiro - Tercio Teixeira-15.nov.2023/AFP

"Também é importante manter a criança em ambientes frescos e usar roupas mais à vontade e de algodão para evitar o aparecimento de brotoejas causada pelo suor abundante", diz.

Outra orientação é diminuir o intervalo da troca de fraldas porque, segundo a pediatra, o calor excessivo pode provocar assaduras, além de hidratar a pele da criança com hidratante recomendado pelo médico. Se for usar repelente, passar como última camada.

A médica Ana Cristina Belsito, chefe do serviço de Endocrinologia, do Hospital São Vicente de Paulo, no Rio, afirma que os cuidados com os idosos também devem ser redobrados. A especialista, que atua principalmente no setor de geriatria, afirma que pacientes com idade mais avançada não relatam sede, e assim como crianças, dependem de terceiros para se manter hidratados.

"Crianças e idosos são mais frágeis, e exigem maior cuidado principalmente nessa temporada de altas temperaturas. Eles precisam tanto de mais estímulos de ingestão de líquidos quanto de proteção solar, isso é muito importante", pontua.

Para quem tem dificuldade em beber água, a nutricionista Júlia Quinet dá algumas dicas para manter a hidratação em dia:

  • Deixe sempre uma garrafinha com água por perto;
  • Use aplicativos que ajudam no consumo de água a cada hora;
  • Faça água saborizada;
  • Inclua chás gelados ao longo do dia;
  • Invista em frutas ricas em água, como melancia, melão e abacaxi;
  • Estabeleça metas diárias.

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