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Bolinhas vermelhas nos glúteos e nas pernas podem ser foliculite; veja como prevenir

Depilação, roupas apertadas e suor podem facilitar o surgimento da condição

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São Paulo

Você já deve ter encontrado bolinhas vermelhas em regiões de atrito do corpo, como pernas e glúteos. Apesar de parecida, ela não tem nada a ver com a acne. A foliculite é uma irritação na estrutura da pele onde crescem os pelos, os chamados folículos pilosos. O próprio nome significa uma inflamação no complexo pilossebáceo (folículos pilosos e glândulas sebáceas).

"Esse quadro gera a foliculite, uma doença muito comum caracterizada por pequenas bolinhas vermelhas com o centro contendo pus, sempre na região onde está o pelo", diz Elisa Coelho, dermatologista e membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).

"Em relação às causas, a foliculite pode ser secundária a agentes infecciosos (como bactérias e fungos) ou ser induzida por irritantes ou até medicamentos", explica.

Fotografia colorida mostra uma mulher branca segurando uma lâmina de barbear verde sobre a coxa
Bolinhas vermelhas podem aparecer depois da depilação com lâmina, quando os pelos raspados não conseguem atravessar as camadas superficiais da pele, causando inflamação local que imita os sintomas da foliculite - Ocskay Mark/AdobeStock

A principal causa da foliculite é a infecção por Staphylococcus aureus, uma bactéria que pode colonizar a pele. Quando há uma quebra na barreira protetora da pele, o microrganismo pode entrar através da abertura do pelo, resultando em infecção.

Além disso, a pseudofoliculite, uma condição não infecciosa, pode ocorrer em áreas depiladas com lâmina, como barba, virilha e pernas. Nesse caso, os pelos raspados não conseguem atravessar as camadas superficiais da pele, causando inflamação local que imita os sintomas da foliculite.

A depilação pode facilitar o surgimento da foliculite, já que o processo de remoção dos pelos pode irritar os folículos pilosos. Os métodos mais agressivos, como a depilação com cera, aumentam o risco de pelos encravados e inflamação.

"Nas pernas e glúteos, as principais causas incluem atrito constante, irritação por roupas apertadas e suor excessivo. Áreas propensas à foliculite muitas vezes têm pelos mais grossos e curvos, favorecendo o encravamento", pontua o dermatologista Gustavo Martins, também membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).

Por mais que cada indivíduo tenha uma pele diferente, existem fatores que aumentam a probabilidade de desenvolver foliculite. Condições dermatológicas, imunossupressão e diabetes podem ser agravantes, explica Martins. "Evitar a depilação excessiva, especialmente com métodos agressivos, reduz o risco."

Entretanto, a dermatologista Elisa Coelho explica que a predisposição à formação de foliculites varia entre as pessoas, sendo que algumas apresentam uma maior propensão. É importante também saber diferenciar a foliculite da acne, sendo duas condições com lesões semelhantes.

"A acne é causada por inflamação nas glândulas sebáceas. O aparecimento de cravos é uma dica para pensarmos em um quadro mais sugestivo de acne e não de foliculite. As regiões mais comuns da acne são face, costas, ombro e região do colo, porém pode ocorrer em outras regiões também. Um dermatologista poderá ajudar a fazer a diferenciação entre as duas", recomenda Coelho.

O diagnóstico preciso da foliculite é o primeiro passo para tratar e evitar esse problema no futuro. Essa condição pode imitar várias outras doenças, pensando em características das lesões, distribuição, localização e histórico do paciente. Um especialista consegue determinar do que trata sem necessidade de exames adicionais, a menos que haja suspeita de formas atípicas, como origem fúngica.

Como evitar foliculite

A higiene pessoal é o primeiro passo. A limpeza e hidratação da pele precisam ser feitas com produtos específicos para cada região do corpo. "Os produtos muito oleosos, quando utilizados no rosto, podem causar uma oclusão do folículo, propiciando o aparecimento de foliculites, pseudofoliculites e miliária (uma outra condição em que ocorre a dificuldade da saída de secreção de glândulas anexas ao pelo)", explica Coelho.

Uma outra dica é não esquecer de hidratar o resto do corpo, especialmente se a sua pele tem propensão ao ressecamento. "O hidratante ajuda a restaurar a barreira cutânea e isto mantém a proteção natural da pele", completa a especialista.

Também não há contraindicações para a depilação com lâmina de barbear, exceto se você tiver alergia aos metais. Mas lembre-se de usar lâminas individualmente, evitando o compartilhamento, limitar o uso a no máximo três vezes por semana para prevenir contaminação e foliculite infecciosa e realizar a depilação no sentido do pelo, nunca contra o crescimento.

"Optar por métodos de depilação mais suaves, como lâminas afiadas, creme depilatório ou laser pode reduzir o potencial de irritação nos folículos. Contudo, a escolha do método deve ser personalizada, levando em consideração a sensibilidade da pele, histórico de foliculite e preferências individuais", recomenda Coelho.

A esfoliação pode ser sua amiga e inimiga na hora de evitar a foliculite. Caso sua pele tenha tendência ao ressecamento, esse procedimento pode danificar a barreira cutânea. Se feita com cautela e indicação, a esfoliação pode ser semanal ou quinzenal, segundo os médicos.

Outros cuidados essenciais para prevenir foliculites corporais, como no glúteo e nas pernas, é evitar roupas apertadas e de tecido sintético, bem como reduzir o tempo sentado, pois isso pode causar oclusão mecânica dos folículos, levando à inflamação.

Por fim, a recomendação dos especialistas é procurar um dermatologista caso a foliculite seja recorrente, para a realização de tratamentos específicos —que podem incluir antibióticos para casos infecciosos e o uso de cremes queratolíticos, como uréia e ácido salicílico, para condições associadas ao fechamento do folículo.

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