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Genérico de tratamento contra a Aids poderia custar mil vezes menos, dizem especialistas

O antirretroviral poderia "parar a transmissão do HIV" se fosse administrado a pessoas de alto risco

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AFP

Um tratamento contra a Aids considerado muito promissor, que custa cerca de US$ 40 mil por pessoa, por ano, poderia ser reduzido para cerca de US$ 40 dólares na versão genérica, de acordo com uma estimativa revelada na terça-feira por pesquisadores na 25ª Conferência Internacional sobre a Aids.

Este antirretroviral, desenvolvido pelo gigante americano Gilead a partir da molécula lenacapavir, poderia mudar as regras do jogo contra a Aids, de acordo com numerosos especialistas internacionais.

Requer apenas duas injeções por ano, o que o torna muito mais fácil de administrar do que os comprimidos diários. E também está sendo testado como medicamento preventivo (Prep em inglês) para evitar a infecção, com uma eficácia de 100% de acordo com um estudo preliminar recente.

Pétalas de rosa e velas são colocadas nos nomes gravados das vítimas da Aids no Círculo de Amigos no National Aids Memorial Grove em 1º de dezembro de 2023 em São Francisco, Califórnia
Pétalas de rosa e velas são colocadas nos nomes gravados das vítimas da Aids no Círculo de Amigos no National Aids Memorial Grove em 1º de dezembro de 2023 em São Francisco, Califórnia - Justin Sullivan - 12.jan.2023/Getty Images/AFP/Getty Images via AFP

Este tratamento, que é recebido "como uma vacina", poderia "parar a transmissão do HIV" se fosse administrado a pessoas de alto risco, como homossexuais ou bissexuais, profissionais do sexo, prisioneiros ou mulheres jovens, especialmente na África, declarou à AFP Andrew Hill, da Universidade Britânica de Liverpool, que apresentou o estudo.

O custo anual do lenacapavir é de cerca de US$ 40 mil em países como Estados Unidos, França, Noruega ou Austrália, o que o torna inacessível para a grande maioria dos pacientes.

Se o gigante americano permitisse sua fabricação em versão genérica, esse custo poderia cair para US$ 40 dólares, de acordo com o cálculo dos pesquisadores, que apresentaram suas conclusões (não revisadas de forma independente) em Munique.

Os especialistas elaboraram sua hipótese a partir dos pedidos de 10 milhões de pessoas.

Para estimar o custo de uma versão genérica, os pesquisadores conversaram com importantes fabricantes de genéricos na China e na Índia, que já produzem "componentes" do tratamento, explicou Andrew Hill.

A diretora executiva da Onusida, Winnie Byanyima, instou a Gilead em uma entrevista com a AFP publicada na segunda-feira a "entrar na História" permitindo a fabricação de genéricos de seu antirretroviral.

Gilead, que está sendo pressionada por numerosas personalidades e ONGs, afirmou nos últimos meses que discute "regularmente" com os atores da luta contra o HIV, "incluindo governos e ONGs", para um acesso ao tratamento "ao maior número possível".

Embora cerca de 30 milhões de pessoas vivendo com o vírus da Aids no mundo se beneficiem de um tratamento antirretroviral, cerca de 10 milhões não têm acesso a ele.

Em média, 1,3 milhão de pessoas foram infectadas com o HIV em 2023.

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