Terceira cirurgia para separar irmãs unidas pela cabeça termina bem

Com duração de sete horas, intervenção foi uma das mais complexas do processo

Terceira cirurgia para separar irmãs que nasceram unidas pela cabeça durou sete horas
Terceira cirurgia para separar irmãs que nasceram unidas pela cabeça durou sete horas - Marlene Bergamo/Folhapress
Marlene Bergamo
São Paulo

A equipe de neurologistas do Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto realizou neste sábado (4) a terceira cirurgia para separar as irmãs que nasceram unidas pela cabeça há dois anos, no Ceará. 

A intervenção era uma das mais complexas da série a que elas estão sendo submetidas porque tinha o objetivo de terminar de separar os cérebros das gêmeas Maria Ysabelle e Maria Ysadora. 

A operação, só na parte neurológica, durou cerca de sete horas e mobilizou 25 pessoas —entre elas, neurocirurgiões, cirurgiões plásticos, enfermeiros e técnicos que monitoravam os aparelhos de microscópios e de imagem. 

A cirurgia plástica ainda está em andamento. Segundo os neurologistas Hélio Rubens Machado, do HC, e o americano James Goodrich, do Montefiore Medical Center de NY, que veio ao Brasil acompanhar o procedimento, as meninas estão com os cérebros praticamente separados. Eles aguardam exames radiológicos para confirmar a hipótese. 

Caso tudo corra bem, a quarta e última operação, marcada para novembro, poderá ser antecipada. Ela mobilizará novamente dezenas de profissionais para separar os ossos e reconstruir a cabeça e a pele de cada uma das bebês. 

O caso é único na história da medicina brasileira. No Brasil, só uma cirurgia de craniópagos (irmãos unidos pela cabeça) já havia sido divulgada em publicações científicas. A diferença é que uma das crianças, com microcefalia, já não tinha condições de sobreviver. A outra foi salva.

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