Gêmeas que nasceram unidas pela cabeça voltam para sua casa, no Ceará

Irmãs ficaram mais de um ano longe do lar; alta foi em dezembro, mas retorno teve que ser adiado para cicatrização de enxerto

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Ribeirão Preto

Após um ano e um mês afastadas de casa, as gêmeas Maria Ysabelle e Maria Ysadora, de 2 anos e 8 meses, que nasceram unidas pela cabeça, deixaram Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) e voltaram para o Ceará.

A família viajou para Fortaleza nesta sexta-feira (29) depois de uma epopeia que teve início em fevereiro do ano passado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, quando foi feita a primeira das cinco cirurgias que resultaram na separação das duas.

A cirurgia final ocorreu em outubro, e desde então elas passaram por reabilitação que incluía terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia, além de acompanhamento psicológico e médico.

Após terem recebido alta em 7 de dezembro, a família pretendia passar o Natal em Ribeirão Preto, com amigos que foram feitos na cidade, e voltar para o Ceará no dia 26.

Foi preciso, porém, adiar o retorno devido à cicatrização de um procedimento de enxerto pelo qual uma das meninas passou. Ambas estão bem.

A família mora em Patacas, distrito de Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza, mas ficou durante todo o período de procedimentos cirúrgicos em Ribeirão.

A viagem de volta foi registrada em uma fotografia das irmãs na aeronave divulgada pelo hospital. Nela, é possível ver as gêmeas com proteções nas cabeças.

No Ceará, as irmãs serão acompanhadas, de acordo com a assessoria de imprensa do HC, pelo neurologista Eduardo Jucá. Ele levou o caso ao hospital paulista e integrou a equipe responsável pelos procedimentos cirúrgicos.

O caso de Maria Ysabelle e Maria Ysadora é único na história da medicina brasileira e envolveu, em sua última cirurgia, cerca de 40 profissionais na equipe médica. Entre eles estava o neurocirurgião americano James Goodrich, do Montefiore Medical Center, de Nova York, considerado um dos maiores especialistas do mundo no assunto.

A primeira cirurgia foi realizada em 17 de fevereiro e, assim como a segunda, que aconteceu três meses depois, foi bem-sucedida.

Em agosto, foi a vez do terceiro procedimento, considerado um dos mais complexos da série, que deixou os cérebros praticamente separados. Só na parte neurológica, a operação durou cerca de sete horas e mobilizou 25 pessoas.

No mesmo mês, elas passaram por um novo procedimento preparatório, com a implantação de expansores subcutâneos para dar elasticidade à pele.

A quinta e definitiva cirurgia ocorreu entre os dias 27 e 28 de outubro. A separação ocorreu às 21h09 do dia 27 de outubro.

Nesse momento, as crianças foram colocadas em mesas cirúrgicas diferentes para que fosse feita a reconstrução dos crânios.

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