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O que foi feito das pessoas que tentamos cancelar? Estão se divertindo juntas

Privar as pessoas de uma plataforma funciona de maneiras inesperadas

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John McDermott
The New York Times

Katie Herzog era uma jornalista freelancer praticamente desconhecida que morava em Seattle. Então ela publicou um artigo no jornal quinzenal “The Stranger” sobre transexuais que interrompem ou revertem suas transições. Dois dias mais tarde, começou a receber mensagens de ódio.

“De tudo que já escrevi, este texto é de longe o mais lido”, ela comentou. E o artigo a levou a ser “loucamente repudiada”. Moradores de Seattle queimaram pilhas de exemplares de “The Stranger” e postaram cartazes acusando Herzog de transfobia.

Herzog contou que perdeu dezenas de amigos por conta do artigo. Em pouco tempo ela começou a sentir que estava sendo mal recebida em bares de lésbicas. Começou a hesitar em dizer seu nome a pessoas que não conhecia. Herzog passou a sentir-se uma “pária” em sua própria cidade e acabou deixando Seattle e indo viver na Olympic Peninsula, no estado de Washington.

Hoje seus principais contatos sociais são sua namorada, com quem ela vive, e um grupinho pequeno de amigas mais velhas. “Ninguém mais me convida para um brunch”, ela comentou.

O termo usado para descrever pessoas expulsas de seus círculos sociais ou profissionais desse modo –online, na vida real, ou em alguns casos em ambos—é “canceladas”.

Esta semana até Barack Obama veio a público falar de críticas feitas a outras pessoas online, pureza pessoal e ser “politicamente consciente”, dizendo: “Se a única coisa que você anda fazendo é atirar pedras em outros, provavelmente não irá muito longe”.

Existem graus diversos de cancelamento. Bill Cosby, R. Kelly, Harvey Weinstein e outros homens foram cancelados por cometerem ataques ou assédio sexual em série. Abusadores não famosos e executivos de mídia predadores também foram cancelados.

Quem apenas agiu de modo ofensivo (Roseanne Barr, Shane Gillis) está em posição inferior na escala, ao lado de pessoas provocantes, sem noção ou indiferentes ao sofrimento alheio (Dave Chappelle, Scarlett Johansson).

No primeiro degrau da escala, o cancelamento consiste em nada mais que algumas críticas leves, sem maiores consequências. No YouTube, vloggers cancelam uns aos outros e até a si mesmos com regularidade surpreendente, muitas vezes por queixas insignificantes ou inventadas.

 

Katie Herzog tornou-se membro de uma classe singular e emergente de pessoas –jornalistas, acadêmicos, autores de colunas de opinião—cancelados por divulgarem opiniões negativas, conservadoras ou ofensivas.

O que está acontecendo, na realidade, é que o cancelamento está aproximando muitas dessas pessoas.
 

A atenção que todos procurávamos

Alice Dreger, ex-professora da Northwestern University, estima que já atendeu cerca de cem pessoas que foram canceladas e as ajudou a superar a experiência. Com isso ela virou parte de uma “rede informal de pares” que inclui duas escritoras destacadas e combativas: Christina Hoff Sommers, que ficou conhecida por defender a GamerGate e cunhou o termo “feminismo vitimista”, e Meghan Murphy, que se opôs à inclusão da identidade de gênero na lei canadensee de direitos humanos.

Herzog entrevistou Dreger para seu artigo sobre transexuais. Dreger comentou: “Falei para ela: ‘Você vai ser massacrada por este artigo’. Ela riu. Seis meses mais tarde ela me ligou.”

“Katie pensou a mesma coisa que todos pensávamos: ‘A verdade me salvará’. Também Galileu pensou isso, e ele morreu sob prisão domiciliar. A mesma coisa aconteceu conosco.”

Alice Dreger não morreu nem está em prisão domiciliar, mas virou uma fonte de apoio para pessoas canceladas graças a seu livro de 2015 “Galileo’s Middle Finger”, que fala de quando intelectuais são demonizados. (O livro relata, entre outras coisas, o caso de J. Michael Bailey, que endossa a teoria da chamada “autoginefilia” como sendo um fator nas transições de gênero. Muitas pessoas trans dizem que vincular a identidade delas à excitação sexual é ofensivo.)

Dreger disse que sua principal preocupação é garantir que a pessoa cancelada tenha acesso a atendimento de saúde mental. A experiência de ser alvo de escárnio público é psicologicamente lesiva.
“Quando as pessoas lhe dizem constantemente e publicamente que você está errada e é perversa, isso tem um efeito”, comentou a professora de filosofia Kathleen Stock, da Universidade de Sussex, na Inglaterra.

Também Stock foi fortemente criticada por seus escritos sobre transexuais (ela se descreve como “crítica de gênero”). Ela disse que virou “anátema” em certas facções do ensino de filosofia.

Stock também passou a se corresponder com Katie Herzog e Jesse Singal, outro jornalista que virou alvo de escárnio por seus escritos sobre transexuais, e desenvolveu amizades genuínas com acadêmicos de pensamento semelhante ao dela. “Alguns de nós já chegamos a passar férias juntos”, ela comentou.
 

O ambiente de mídia do cancelamento

“Sou como um advogado inescrupuloso que defende cancelados”, brincou Jonathan Kay, editor da “Quillette”, publicação online que se descreve como defensora da livre expressão e emergiu como veículo onde os cancelados podem apresentar seus argumentos de defesa.

Kathleen Stock usou a “Quillette” para reafirmar seus pontos de vista. “Descobri que me defender publicamente por escrito é a melhor coisa que posso fazer para me sentir melhor a meu próprio respeito”, ela comentou.

Mas Kay deixou claro que a “Quillette” não publica artigos de qualquer pessoa. “Ser cancelado é como o autismo –é um espectro”, ele explicou. Ele não daria espaço para Harvey Weinstein se defender.

“Estamos muito mais interessados na extremidade oposta do espectro, onde vemos pessoas que foram acusadas de coisas muito menos sérias e que nem se aproximam do nível criminal”, disse Kay.

Os leitores querem ouvir as pessoas canceladas, mas a motivação maior é filosófica. O ponto de vista editorial da “Quillette” é que a chamada cultura do cancelamento é excessivamente punitiva e peca pela omissão de nuances.

“Quando fiz a faculdade de direito, na década de 1990, a presunção de inocência era vista como um valor progressista”, comentou Kay. “Afinal, quem são os maiores acusados de crimes? Pessoas de minorias raciais. Negros, hispânicos, pobres. A presunção de inocência geralmente protege as comunidades marginalizadas. Mas hoje a presunção de inocência é vista como um valor conservador. Isso me preocupa.”

Bridget Phetasy apresenta a podcast “Walk-Ins Welcome”, que, segundo ela, virou “a ilha dos brinquedos descombinados”. O programa já destacou figuras como o humorista britânico Andrew Doyle e Mitchell Sunderland, um jornalista freelancer que foi demitido da “Vice”.

“Não me vejo tanto como uma pessoa que foi cancelada quanto como alguém que se dispõe a se sentar e conversar com pessoas canceladas”, disse Phetasy. “Sou aliada dos cancelados.”

Ela também é amiga de Art Tavana, que possui a distinção dúbia de ter sido possivelmente cancelado duas vezes. Em 2016 ele escreveu para a “LA Weekly” uma ode à sensualidade da cantora pop Sky Ferreira (o editor do artigo pediu desculpas).

O segundo cancelamento de Tavana aconteceu com a “Playboy” em 2018, onde ele foi contratado como colunista conservador. “Meus três melhores amigos me disseram na mesma hora: ‘Não quero mais falar com você,”, ele contou. “No caso de um deles, a gente se conhecia desde o jardim de infância.”

Segundo Tavana, a “Playboy” decidiu que ele não se enquadrava bem na perspectiva mais progressista da revista. Sua expulsão o aproximou de Bridget Phetasy, ex-colunista da “Playboy”. “Ambos sentimos que fomos rejeitados por não sermos ‘socialmente conscientizados’”, disse Tavana.

A podcast de Phetasy já teve a participação de Dave Rubin, que criou uma organização de mídia, “Rubin Report”, em torno de seu cancelamento.

“Meu programa virou um ponto de encontro de pessoas incompreendidas, canceladas ou prestes a ser canceladas, um espaço onde elas podem se expressar com franqueza”, disse Rubin.
A carreira de Rubin na mídia digital começou em 2013 na organização de mídia de esquerda The Young Turks, mas em 2016 ele se lançou por conta própria.

“De repente todas essas pessoas que estavam sendo desancadas na mídia começaram a vir para meu programa, e viramos amigos de verdade”, comentou Rubin. Ele fez uma tour com o professor de psicologia e orador motivacional Jordan Peterson. Rubin também vai a restaurantes regularmente com o capitalista de investimentos libertário Peter Thiel e é amigo de Ben Shapiro, que é contra o aborto e a diversidade mas a favor de Ted Cruz.

No programa de Rubin, Shapiro disse que organizações deveriam ter o direito de recusar-se por motivos religiosos a prestar serviços a casais homoafetivos casados. Disse também que casais heterossexuais são pais melhores que casais gays. (Dave Rubin vive em Los Angeles com seu marido.)

Rubin se recusou a cancelar Shapiro, obviamente. “Podemos continuar amigos e concordar em discordar”, disse Rubin. “Eu penso no longo prazo: se você trata as pessoas com respeito, algumas dessas pessoas que são contra o casamento gay por razões religiosas provavelmente vão acabar mudando de opinião, porque terão conhecido alguns homens gays decentes.”

Essa ligação com figuras de direita custou a Rubin várias amizades, entre elas com algumas pessoas que estiveram presentes a seu casamento. Rubin diz que está mais tranquilo por ter sido cancelado. “Os progressistas politicamente conscientizados são uma turma infeliz”, ele comentou. “Experimente contar uma piada para esse pessoal.”
 

A área intelectual cinzenta

Meghan Murphy e Cathy Young costumavam se enfrentar no Twitter. “Ela escreveu algumas coisas horríveis a meu respeito”, disse Young.

Murphy chamou Young de “antifeminista virulenta” e “apologista dos ativistas dos direitos dos homens”.
Mas elas fizeram as pazes –numa festa da “Quillette” em Toronto. “Basicamente, ela disse que acabou entendendo a importância de deixar as pessoas terem suas opiniões próprias, mesmo que algumas pessoas as considerem ofensivas”, disse Young.

Foi nessa mesma festa da “Quillette” que Murphy conheceu Jamie Kilstein, comediante que foi demitido de um programa de rádio progressista depois de várias mulheres o terem acusado de comportamento sexualmente predatório e emocionalmente abusivo. “A gente se odiava no Twitter”, disse Murphy. “E ele estava lá na festa da ‘Quillette’. Eu falei ‘oi!’, e ele respondeu ‘oi’.”

Jesse Singal também começou a conversar com Jamie Kilstein. “Antes de enfrentar isso [o cancelamento], eu provavelmente teria tido medo de tomar um café da manhã com Kilstein”, ele comentou.

Singal já escreveu várias vezes sobre pessoas trans de maneiras que desagradaram a membros dessa comunidade que se manifestam publicamente. Sua estatura apenas cresceu com isso, inclusive no Twitter, onde ele zomba da cultura politicamente conscientizada e da política de identidade. Singal é uma das muitas pessoas que falam de sua experiência de ser canceladas e ao mesmo tempo fazem a ressalva de que não foram canceladas de fato.

“Perdi amigos no Twitter, mas não amigos na vida real”, ele disse. “Meus amigos são gente normal.”
Em 28 de outubro, completando um círculo, por assim dizer, ele apareceu no podcast da “Quillette” para falar de sua experiência (ele também participou do podcast em janeiro).

“A experiência de ver uma caricatura insana sua aparecer online deixa você mais solidário com qualquer outra pessoa que já tenha passado por algo semelhante”, ele disse.

Singal e Meghan Murphy podem ser estudos de caso de pessoas que não creem que a chamada “cultura do cancelamento” seja real ou que funcione. As manifestações de fúria contra eles no Twitter não tiveram um efeito adverso ou duradouro sobre a carreira ou vida social deles. Viraram uma parte central de suas personas online.

No caso de Murphy, o fato de ter sido cancelada a pôs em contato com pessoas que ela antes enxergava como suas “inimigas políticas”.

Murphy foi expulsa do Twitter por ter intencionalmente tratado pessoas transgênero por seus nomes ou pronomes usados antes de fazerem a transição de gênero. Ela processou o Twitter pela decisão. Perdeu o processo, mas disse que está no processo de recorrer contra a decisão. Ela pensou que isso prejudicaria sua carreira como jornalista, mas disse que na realidade ocorreu o contrário. “As pessoas tentaram me cancelar, mas eu era impossível de cancelar”, ela comentou. “O efeito foi o inverso. Meu perfil cresceu ainda mais.”

Ela foi defendida por “pessoas com quem eu nunca antes teria conversado –antifeministas, homens que acham o feminismo uma burrice e pensam que feminismo significa odiar homens”, disse Murphy. Ben Shapiro lhe ofereceu seu apoio.
 

O clube dos problemáticos quase cancelados

Em maio de 2016 Mandy Stadtmiller escreveu um ensaio na primeira pessoa sobre o fato de seu marido ser partidário de Donald Trump. Recebeu uma enxurrada de mensagens aconselhando-a a divorciar-e. Ela perdeu dois ou três amigos “íntimos”. Ficou cada vez mais desiludida com a panelinha da mídia de Nova York da qual antes queria tanto fazer parte.

“Foi uma coisa maluca ter um monte de gente me dizendo ‘você está errada, você está errada, você está errada’”, disse Stadtmiller.

Ela disse que também sentiu um “gelo no trabalho”. “Algumas das figuras em posições mais altas em diferentes veículos de mídia deixaram claro que não estavam gostando tanto de mim tanto quanto gostavam antes”, ela disse.

Ela diz que nunca chegou a se sentir totalmente cancelada. “Encaro o que aconteceu como sendo –não sei qual seria o termo. ‘Quase cancelada’, talvez”, disse Stadtmiller.

Ela encontrou consolo conversando com Katie Herzog e Mitchell Sunderland, que já conhecia havia algum tempo. Mas o relacionamento mais estreito que formou foi com Keri Smith, que se identifica como ex-“guerreira da justiça social”.

Keri Smith era produtora de comédias de esquerda. Ela foi produtora executiva do programa “Totally Biased With W. Kamau Bell”, que descreve como “o primeiro programa de entrevistas noturno dos SJWs” (“SJW” seriam “social justice warriors”, ou guerreiros da justiça social, termo usado para ironizar defensores de causas sociais progressistas).

Então ela escreveu um texto para o site “Medium” intitulado “Sobre deixar a seita dos SJW e me encontrar”.

Stadtmiller viajou até perto de Austin, Texas, para passar um mês com Keri Smith na casa desta. “Cheguei a ajudar Keri a transformar a casa num Airbnb!”, ela comentou. “Eu preciso de amigos tanto quanto preciso de oxigênio. Então, ao procurar pessoas que não começassem a gritar comigo, me tratando como se eu fosse Eva Braun ou algo assim, acabei criando amizades mais profundas, mais reais.”

Quem comanda a cultura do cancelamento?

Para Andrew Doyle, o comediante britânico, o custo social de manter relações de amizade com pessoas canceladas pode ser mais alto que o de ser cancelado. As pessoas guardam silêncio.

Doyle mantém uma conta paródica no Twitter em que trata de política de identidade e a cultura do cancelamento. Ele disse que seu trabalho já foi descrito como racista e misógino (“um amigo meu literalmente gritou comigo no pub”,  comentou).

Doyle procurou Lisa Hardcastle em 2018, quando a conta semelhante dela no Twitter foi suspensa.

Agora eles dois também são amigos e assistem a shows num clube de comédia fundado por Doyle, onde o éthos operacional é “nada de autocensura”.

“Em qualquer caça às bruxas, as pessoas que recebem o tratamento pior são as que tentam defender as bruxas, e não as próprias bruxas”, ele comentou. “Qualquer pessoa que tenha lido ‘As Bruxas de Salem’ sabe disso.”

O cancelamento coloca uma questão sobre o poder e quem o detém.

“O maior problema que temos, como cultura, é que não conseguimos definir quem é o establishment”, disse Art Tavana. “O establishment são as pessoas politicamente conscientizadas da mídia, que são donas de 99% dos teclados no país, ou são os caras velhos e cancelados da mídia? Quem é a banda de punk rock e quem é a banda de rock corporativo?”
Rubin imagina um futuro próximo em que todo o mundo seja cancelado por 15 minutos.

“Os progressistas conscientizados vão implodir”, ele disse. “Daqui a pouco, vão destruir tudo. É apenas questão de o quanto vão arrastar para baixo com eles. Um dia destes vão cancelar Barack Obama porque Obama foi contra o casamento gay em certa época.
Para Ben Shapiro, “nossa cultura está morrendo porque não temos capacidade de perdoar ou argumentar”.
 

O que não mata fortalece

“Houve tentativas de me cancelar, mas não posso ser cancelada porque me recuso a ser cancelada”, falou Herzog.

“Eu perdi muitos amigos, fui atacado online, minha reputação e meu meio de ganhar a vida foram prejudicados”, disse Doyle, “mas isso não é o mesmo que ser cancelado. Ainda consigo fazer o trabalho que quero. Se você se retira, se afasta, isso o converte na vítima. Não queremos ser vistas como vítimas.”

“Eles não podem cancelar você se você não se importa”, comentou Phetasy.

“Meu cancelamento, se é que se pode chamá-lo assim, foi a melhor coisa que já me aconteceu”, disse Rubin.

“Os SJWs não têm amigos, têm aliados”, disse Keri Smith. “E seus aliados abandonam você assim que você deixa de expressar a mesma ideologia que eles.”

Murphy descreve seu cancelamento como “uma dádiva”.

Herzog começou a ajudar outras pessoas a superar o cancelamento. O conselho que ela dá é que as pessoas abracem o fato de ter sido canceladas.

“É profundamente doloroso, mas pode ser positivo de muitas maneiras”, ela disse. “Antes de isso acontecer comigo, eu era muito mais dogmática, era mais purista. Hoje sou mais inteligente, mais cética, mais empática e não me apresso a julgar as pessoas tanto quanto antes. E tenho muito menos certeza de estar correta.”

“É por isso que torço para todo o mundo ser cancelado.”

O verdadeiro cancelamento... são os maus amigos que descartamos ao longo do caminho.

Tradução de Clara Allain
 

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