Após ameaça de prisão, Doria fala em 'corrente de amor' por isolamento social

Tucano também afirmou que protestos de bolsonaristas contra ele foram pequenos

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São Paulo

Após ameaçar prender quem se aglomerasse, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) baixou o tom nesta segunda-feira (13) e falou em uma corrente de amor por parte da população ao aderir ao isolamento social.

Na entrevista coletiva diária no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, Doria comemorou o aumento do isolamento de 47%, na sexta-feira (10), para 59%, no domingo (12).

"As pessoas estão respondendo positivamente estão dando prova de amor, de compreensão à vida, delas mesmas e entes queridos", disse. "Que isso continue e possamos celebrar aqui uma corrente de amor e com isso acelerarmos o processo para ultrapassar a crise."

Doria não voltou mais a falar em prisões e focou a em ações orientativas, como a criação de uma nova campanha. No entanto, o tucano anunciou que fiscais da Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo vão fazer orientações educativas a comércios e serviços que estão descumprindo a quarentena, uma ação que terá apoio da Polícia Militar.

A Folha questionou o governo sobre se há motivos para comemoração mesmo, uma vez que o índice de 59% foi o mesmo nos últimos três domingos, mas que há uma tendência de queda no isolamento durante os dias de semana. "Temos que hoje tratar dos dados de hoje. Temos dados melhores do que outros. Quero chamar a atenção para cidades da área metropolitana, que tiveram índices de até 64%", disse o infectologista David Uip, coordenador do centro de contingência contra o coronavírus.

O governador tem sido alvo de protestos nas ruas por parte de bolsonaristas, além de frequentemente ser acusado de autoritário por essa parcela da população.

Doria diz que não está preocupado com ataques. "É um número muito pequeno de pessoas. Depois, origem muito determinada de pessoas que têm um sentimento político, partidário e ideológico. E por último, estou ajudando a proteger a vida dessas pessoas", disse.

Durante a coletiva, o prefeito Bruno Covas (PSDB) afirmou também que não há previsão de fechamento de novas praças por enquanto. Segundo ele, a colocação de tapumes na praça do Pôr-do-Sol custou R$ 800 mil e seria inviável fazer isso com todas as praças.

O prefeito também falou sobre a lotação dos leitos hospitalares. "Aqui na cidade de São Paulo, dos 933 leitos de UTI que nós vamos acrescentar à rede municipal, nós já entregamos 378. Desses 378, já temos 56% de ocupação", disse. "Em relação aos leitos de enfermaria, seja nos hospitais seja no hospital de campanha, são 1.688 leitos que já foram acrescidos, vamos entregar ainda mais 1.474, desses 1688 temos uma ocupação de 60% desses leitos".

Doria anunciou a contratação de 1.185 profissionais de saúde. Além disso, foi aberto processo seletivo simplificado para 925 contratações temporárias.

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