Descrição de chapéu Coronavírus

Veja em sua cidade quantos são idosos, principal grupo de risco para coronavírus

Pessoas com mais de 65 anos são quase 80% das vítimas da Covid-19

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São Paulo

A taxa de mortalidade entre pessoas com 80 anos ou mais na atual pandemia do coronavírus é 13 vezes maior do que na faixa de 50 a 55 anos. Mesmo entre os maiores de 65 anos, dados do Ministério da Saúde mostram que elas são quase 80% das vítimas da Covid-19.

Ferramenta da Folha com dados da FGV Social permite consultar por município o percentual de idosos em todas as cidades do país —em várias faixas diferentes e a partir dos 60 anos.

Basta digitar abaixo o nome do município para obter os dados ou consultar a lista por estado.

Com o Brasil em rápido processo de envelhecimento, o total de pessoas com mais de 65 anos aumentou 20% nos últimos oito anos, para cerca de 22 milhões, mais que a população do Chile.

Hoje, 10,5% dos brasileiros estão acima dessa faixa, mas eles superam os 14% em cidades como Porto Alegre, Rio de Janeiro e Santos —e ficam abaixo da média em algumas capitais do Nordeste, como Salvador e Recife.

No geral, os idosos brasileiros são proporcionalmente mais ricos e das classes A/B e C, um quinto deles são chefes de família, vivem em maior número nas regiões Sul e Sudeste e habitam relativamente menos as periferias e favelas.

Considerando apenas o risco etário, as regiões menos propensas a ter um número absoluto significativo de mortes são a Norte (com 7,9% de idosos), a Centro-Oeste (8,7%) e a Nordeste (10%). O risco aumenta no Sudeste e no Sul, com média de 11,5%.

Esse quadro, no entanto, pode ser alterado devido às disparidades regionais na cobertura dos sistemas de saúde, tanto público quanto privado, e do número de leitos de UTIs e ventiladores mecânicos disponíveis nos estados.

A disponibilidade de leitos, médicos e de UTIs por 10 mil habitantes é superior no Sudeste e no Sul e bastante menor no resto do país —com a exceção do Distrito Federal.

Considerando apenas o SUS (Sistema Único de Saúde), onde 75% da população é atendida (geralmente os mais pobres), as regiões mais carentes do Nordeste e do Norte têm proporcionalmente bem menos leitos de UTI, o que pode aumentar o impacto da Covid-19 sobre a população.

Seus municípios também têm menos gente, o que é um problema quando só 10% das cidades brasileiras, as maiores, têm leitos de UTI.

Entre as pessoas com mais de 65 anos no Brasil, 61% são pais e mães, fato que também sugere dificuldades na política atual de isolamento familiar de vulneráveis e na eventual decisão de isolar verticalmente alguns grupos de risco.

Por outro lado, os domicílios com idosos são 25,6% menores em número de pessoas do que a média, o que pode limitar o contágio.

Em relação à distribuição por faixas de renda, os idosos somam 17,5% entre os 5% mais ricos e apenas 1,7% entre os 5% mais pobres.

Além de os idosos terem renda relativamente mais elevada, ela também é estável por causa de aposentadorias do INSS (quase 60% recebem) e de repasses do BPC (Benefício de Prestação Continuada).

Outro aspecto é que há menos idosos em habitações precárias, como nas favelas. No Rio, por exemplo, a Rocinha é o terceiro bairro com a menor proporção de idosos.

Os dados mostram ainda que algumas cidades do Brasil onde há mais médicos também têm proporcionalmente mais idosos, como Niterói, Florianópolis, Vitória e Santos —o que não deixa de ser uma vantagem no momento.

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