Descrição de chapéu Coronavírus

Coronavírus já infectou sete milhões no mundo, e pandemia se agrava na América Latina

Mais de 400 mil pessoas morreram por causa da Covid-19; Brasil é o terceiro país com mais vítimas

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Paula Ramón Esther Sánchez
São Paulo e Paris | AFP

Mais de 400 mil mortes e 7 milhões de casos confirmados de Covid-19 foram registrados desde que o novo coronavírus, Sars-Cov-2, surgiu na China no final de 2019.

O balanço mais recente da Covid-19 atinge especialmente a América Latina, atual epicentro da pandemia e que tem quase 1,3 milhão de casos confirmados e mais de 64 mil mortes.

No Brasil, milhares de pessoas foram às ruas de diversas cidades brasileiras no domingo (7) para se manifestar contra o presidente Jair Bolsonaro, em meio a críticas contra a gestão do governo diante do avanço do novo coronavírus e de sua aversão a medidas de confinamento para conter sua transmissão.

No domingo (7), durante o Ângelus, o papa Francisco lamentou que o vírus letal continue castigando a região. Depois de agradecer pelo fato de a epidemia parecer ter sido superada na Itália, Francisco apontou que a Covid-19 continua fazendo muitas vítimas, "especialmente na América Latina". "Na última sexta-feira, em um país, uma morte por minuto! Terrível!"

Embora não tenha citado nominalmente o Brasil, o papa fez referência à marca de 1.473 mortes em um período de 24 horas, alcançada pelo país na última quinta (4), exatos cem dias após a confirmação do primeiro caso de coronavírus no país.

No Brasil, o terceiro país com mais mortes no mundo, o Ministério da Saúde causou confusão ao divulgar, no fim da noite deste domingo, uma atualização do balanço publicado horas antes, reduzindo o número de mortos. De acordo com a nova plataforma da pasta, o país soma 36.455 mortes pela Covid-19, um acréscimo de 525 em 24h, e 691.758 casos confirmados, um aumento de 18.912 desde o sábado (6).

Mais cedo, o Ministério tinha divulgado outros números: 1.382 novas mortes e 12.581 novos casos confirmados em 24h. A pasta tinha deixado de computar os totais de casos confirmados e mortes no país, mas voltou a divulgar as informações.

O ministério não informou se os novos números resultaram de uma correção de cifras anteriores nem explicou a diferença entre eles ou respondeu à reportagem sobre qual dos dois balanços é o correto.

O Brasil começou a experimentar um enfraquecimento do isolamento social mesmo antes de conseguir diminuir o número de mortes diárias pela Covid-19. Entre os dez países com mais óbitos no mundo, somente brasileiros e mexicanos estão nessa situação.

O México tem mais de 13.500 mortes e 117 mil casos confirmados e está no pico de disseminação e mortalidade.

No Chile, uma revisão nos números adicionou 653 vítimas ao total, que superou as 2.000 mortes.

Na Bolívia, a região produtora de coca do Trópico de Cochabamba, área de influência do ex-presidente Evo Morales, foi posta em isolamento pelo governo interino do país, depois de terem sido confirmados 300 casos e o sepultamento de pessoas sem respeito aos protocolos de segurança sanitários. O país soma 13.358 pessoas infectadas e 454 óbitos.

Temendo uma maior disseminação do vírus, a Venezuela anunciou que reduzirá o fluxo de migrantes autorizados a retornarem para o país através de uma passagem pela fronteira com a Colômbia, a partir de desta segunda-feira (8).

Em Cuba, o presidente Miguel Díaz-Canel declarou a Covid-19 "sob controle" e afirmou que poderá anunciar uma estratégia de desconfinamento gradual na próxima semana. No domingo, o país completou oito dias sem registrar mortes por coronavírus.

Em um artigo no jornal espanhol El País, o escritor peruano Mario Vargas Llosa destacou a "eficiente" maneira como o Uruguai vem lutando contra o vírus. Até o momento, o país acumula 826 casos confirmados e 23 mortes. No texto, o Prêmio Nobel de Literatura critica Brasil e Argentina por não imitarem o país vizinho.

"A estes gigantes teria sido melhor se, em vez de fazer o que fizeram para deter (ou incentivar, no caso brasileiro) a pandemia, tivessem seguido o exemplo uruguaio", afirma.

Procurando emergir do colapso econômico causado por semanas de restrições e de confinamentos para conter a propagação do vírus, os países, incluindo muitos que ainda sofrem com o vendaval da pandemia, continuam flexibilizando o isolamento social e retomando atividades.

Dada a desaceleração das infecções e a queda no número de mortes, a Europa seguirá, nesta semana, com a reativação do comércio e indústria e com a reabertura de atividades sociais e de fronteiras.

Com mais de 27 mil mortos, a Espanha continua nesta segunda com o desconfinamento por fases, com a passagem de Madri e Barcelona para a segunda e penúltima etapa. Nela, está autorizada a abertura de praias para banhos de sol e das áreas internas dos restaurantes.

Com mais de 40 mil mortes, o Reino Unido anunciou, também nesta segunda, a reabertura dos locais de culto "para a oração individual" a partir de 15 de junho.

Neste fim de semana, locais emblemáticos como o Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris, ou os grandes museus de Madri, como o Prado, voltaram a receber o público.

De longe o país mais afetado do mundo pela pandemia em números absolutos, os Estados Unidos somam mais de 110 mil mortes e quase 2 milhões de casos confirmados. Apesar disso, o presidente americano Donald Trump diz que a economia está se recuperando e insiste em flexibilizar o isolamento.

Com a indústria do petróleo afetada pela queda da demanda durante o isolamento social, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e seus aliados decidiram neste fim de semana prolongar os atuais cortes de produção em julho para estimular preços do petróleo.

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