Após mais de quatro meses do anúncio da OMS (Organização Mundial da Saúde) de que o mundo vivia uma pandemia do novo coronavírus, a comunidade científica aponta caminhos para a retomada das atividades econômicas e seus possíveis efeitos sem uma vacina contra o vírus. Especialistas da área da saúde discutem o tema nesta quinta-feira (16) no Ao Vivo em Casa, série de lives da Folha, às 17h.
Os convidados desta quinta são: o epidemiologista e professor da USP Paulo Lotufo, os infectologistas Julio Croda, da Fiocruz, e Gerson Salvador, infectologista da USP, e o sanitarista da Fiocruz Daniel Soranz. A conversa será mediada pelo jornalista Fernando Canzian.
Apesar do duro impacto da Covid-19 no mundo, regiões que estão retomando as atividades registram queda sustentada do número de mortes e novas infecções, inclusive em partes do Brasil.
A tendência pode indicar que a imunidade coletiva ao vírus é maior do que se pensava, o que diminuiria as chances de uma segunda onda, projetada por estudos e análises anteriores à reabertura de atividades pelo mundo.
Não há evidências, no entanto, de que o Brasil tenha atingido o patamar necessário de imunização coletiva para que a reabertura da economia ocorra sem medidas sanitárias e de distanciamento social para o controle da disseminação do vírus.
Paralelamente às pesquisas de vacinas e possíveis medicamentos, novos estudos tentam entender como o corpo humano adquire imunidade ao vírus, o quanto ela dura, e se uma pessoa que já se recuperou pode contrair novamente a Covid-19.
A imunidade total da população, segundo especialistas, só é possível após um número muito elevado de mortes ou com uma vacina eficaz.
Para Daniel Soranz, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz e um dos convidados da live, o número elevado de mortes em algumas cidades do Brasil ajudaria a explicar a inexistência de uma segunda onda de infecções, apesar da reabertura desses locais.
"Isso ocorre às custas de muitas mortes. Pois se fossemos desenhar um cenário ruim, não poderíamos criar nada pior do que o que vimos em algumas cidades do Brasil, sobretudo nas comunidades mais pobres, como as daqui do Rio", afirma Soranz.
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