Descrição de chapéu Coronavírus

Novos casos de coronavírus por 100 mil brasileiros se multiplicam por 13 em 12 semanas

Taxa de contágio no país completa 12 semanas fora de controle, segundo agência europeia

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Bruxelas

O número de novos casos de coronavírus por 100 mil brasileiros se multiplicou por 13 entre a quinzena que terminou em 28 de abril e a que terminou no último domingo (12). Foi de cerca de 19/100 mil para quase 250/100 mil, segundo balanço da ECDC (agência europeia de controle de doenças).

Essa é a consequência, em termos humanos, de o país completar 12 semanas seguidas com uma taxa de contágio acima de 1, ou seja, com a epidemia fora de controle há quase quatro meses.

A taxa de contágio indica para quantas pessoas, em média, cada infectado transmite o coronavírus. A brasileira é de 1,03, segundo cálculos do centro de acompanhamento de pandemia do Imperial College (um dos principais do mundo) para a semana que começou no dia 12.

O número significa que cada 100 contaminados no Brasil transmitem para 103 outras pessoas, que passam o vírus para outras 106,09, que por sua vez contagiam mais 109,27, espalhando a doença de forma cada vez mais rápida.

Quando a taxa de contágio (também chamada de Rt) está abaixo de 1, o número de novos casos se contrai e a epidemia é controlada. No caso do Chile, por exemplo, a Rt é 0,79: cada 100 contaminados passam o vírus para outros 79, que o transmitem para mais 62,4, que por sua vez contaminam 49,3 e assim por diante, reduzindo o alcance da doença.

Para calcular a Rt, o Imperial College se baseia no número de mortes registradas, que costuma ser mais preciso que o de casos. Como há um intervalo entre o momento do contágio e o das mortes, o cálculo mostra como estava a transmissão na quinzena anterior, e o impacto de medidas de controle aparece apenas duas semanas depois.

O centro de estudos britânicos também faz uma estimativa do número de mortes por Covid-19: na semana que começou no dia 12, a previsão é que 7.860 doentes acabem morrendo por causa do coronavírus.

É o maior número de óbitos entre os 58 países acompanhados pelo Imperial College. O centro analisa os que tiveram ao menos cem mortes desde o início da pandemia e ao menos dez mortes em cada uma das duas semanas anteriores.

De acordo com o levantamento da instituição, os casos de infecção por coronavírus registrados no Brasil representam 49,6% dos efetivamente contaminados. A taxa de registro de casos do país vem melhorando nas últimas semanas. No final de junho, ela estava em torno de 34%.

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