Além das mortes diretas, a pandemia do novo coronavírus causou um reflexo negativo e preocupante para saúde da maioria da população: as quedas no número de exames preventivos para doenças como câncer e no atendimento de emergência para problemas cardíacos —sem que houvesse queda de mortes.
O Ao Vivo em Casa, série de lives da Folha, discute nesta quarta-feira (16), a partir das 17h, esse cenário e os efeitos também sentidos nos hospitais privados com o superintendente executivo (CEO) do hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, Mohamed Parrini. A entrevista será feita pelo jornalista Emilio Sant'Anna.
Outro efeito da pandemia, como a Folha mostrou nesta segunda (14): o Brasil realizou, entre abril e junho deste ano, menos da metade dos transplantes de órgãos e tecidos do início do ano. Com a diminuição de 61% dos procedimentos, cresceram 44,5% as mortes de pacientes cadastrados na fila de espera entre os dois períodos em todo o país.
Os números levaram a Associação Brasileira de Transplantes (ABTO) a projetar no ano uma queda de doações e transplantes nunca vista antes --em contraste ao cenário promissor que se apresentava até então. Na conta, estão os procedimentos de coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim, córnea e medula.
A pandemia já causou a morte de 133.207 pessoas e 4.384.299 infecções no Brasil. O número de mortes por 100 mil habitantes do Brasil (63,6) já ultrapassou a do Reino Unido (62,8) e, em breve, devido aos diferentes momentos da pandemia nos países, passará a taxa da Espanha (63,8). O Brasil, dessa forma, tem uma das maiores taxas de morte por 100 mil habitantes no mundo.
Além dos dados diários do consórcio, a Folha também mostra a chamada média móvel. O recurso estatístico busca dar uma visão melhor da evolução da doença, pois atenua números isolados que fujam do padrão. A média móvel é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.
De acordo com os dados coletados até as 20h, a média de mortes nos últimos sete dias é de 813, o que representa uma nova mudança. O país saiu de uma situação de queda (o que estava ocorrendo nos últimos dias) da média e voltou para o patamar de estabilidade dos dados de mortes (o que não significa uma situação tranquila).
A média ainda está em patamares elevados.
Os dados são fruto de colaboração inédita entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diretamente com as Secretarias de Saúde estaduais. O balanço é fechado diariamente às 20h.
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