O Brasil registrou 926 mortes pela Covid-19 e 33.640 casos da doença, nesta quinta-feira (12). Com isso, o país chegou a 164.332 óbitos e a 5.783.647 pessoas infectadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.
Os números mais elevados possivelmente estão relacionados aos problemas de registro nos últimos dias no sistema do Ministério da Saúde. A situação teve início após um ataque cibernético que também afetou o sistema do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
São Paulo voltou a publicar informações sobre a Covid-19 na quarta (11) e estava desde sexta-feira (6) sem apresentar dados. Nesta semana, também tiveram problemas semelhantes o Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Além dos dados diários do consórcio, a Folha também mostra a chamada média móvel. O recurso estatístico busca dar uma visão melhor da evolução da doença, pois atenua números isolados que fujam do padrão. A média móvel é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.
De acordo com os dados coletados até as 20h, a média de mortes nos últimos sete dias é de 365, o que representa um cenário de queda em relação à média de 14 dias atrás. Nas últimas semanas, o país variou entre situações de queda da média e estabilidade. A média, porém, também foi afetada pelo apagão de dados de alguns estados, tornando-se, portanto, menor.
Os dados são fruto de colaboração inédita entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diretamente com as Secretarias de Saúde estaduais.
Entre as regiões, somente o Sul apresenta aumento da média móvel de mortes. Norte e Nordeste se encontram em estabilidade e as demais regiões estão em queda da média.
Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Santa Catarina apresentam aumento da média móvel de mortes em relação ao dado de 14 dias atrás.
Acre, Bahia, Distrito Federal, Pará, Paraíba e Piauí se encontram em situação estável. Os demais estados apresentam queda da média móvel de mortes.
O Brasil tem uma taxa de 78 mortos por 100 mil habitantes. Os Estados Unidos, que têm o maior número absoluto de mortos (242.557), e o Reino Unido (51.020), ambos à frente do Brasil na pandemia (ou seja, começaram a sofrer com o problema antes), têm 74,2 e 76,8 mortos para cada 100 mil habitantes, respectivamente.
O Brasil também já ultrapassou a taxa da Itália de mortes por 100 mil habitantes (72,1).
O México, que ultrapassou o Reino Unido em número de mortos e já contabiliza 96.430 óbitos, tem 76,4 mortes para cada 100 mil habitantes.
Na América do Sul, chama a atenção também o número de mortos por 100 mil habitantes do Peru: 109,5. O país tem 35.031 óbitos pela Covid-19.
A Índia é o terceiro país, atrás apenas de EUA e Brasil, com maior número de mortes pela Covid-19, com 128.121 óbitos. Lá, devido ao tamanho da população, a taxa proporcional é de 9,5 óbitos por 100 mil habitantes.
Na Argentina, onde a pandemia desembarcou nove dias mais tarde que no Brasil e que seguiu uma quarentena muito mais rígida, o índice é de 77,6 mortes por 100 mil habitantes (34.531 óbitos).
Já o balanço divulgado pelo Ministério da Saúde aponta 33.207 novos casos confirmados de Covid-19 nas últimas 24h, com 908 novas mortes. O número de mortes superior aos últimos dias ocorre devido à atualização por alguns estados que, desde o fim da última semana, relatavam dificuldade de acesso e envio de dados a sistemas da pasta.
Em nota, a Ministério da Saúde diz que os sistemas "estão normalizados e que trabalha para esclarecer o ocorrido". Segundo a pasta, o problema após a identificação de um vírus na rede. Diz ainda que "ainda não é possível determinar a origem do vírus que provocou o problema".
Com os novos dados, o balanço federal já registra 5.781.582 casos confirmados da doença desde fevereiro, com 164.281 mortes.
Alguns dados, porém, ainda continuam sem atualização, como o número de mortes ainda em investigação. O último dado, da semana passada, apontava 2.295 nessa situação.
A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.
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