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Einstein tem alta de internações por Covid, prioriza pacientes de SP e adia cirurgias não urgentes

Estratégia visa manter reserva de leitos caso os registros de Covid continuem aumentando e não interromper atendimento de outras doenças

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São Paulo

Com o aumento de internações por Covid-19 e das cirurgias eletivas que ficaram represadas durante a pandemia, o hospital Albert Einstein está priorizando pacientes de São Paulo e transferindo procedimentos menos complexos para outras unidades do grupo.

A estratégia, que também inclui o adiamento de algumas cirurgias não urgentes, é para manter uma reserva de leitos caso os registros de Covid continuem aumentando e, ao mesmo tempo, para não interromper o atendimento de outras doenças.

No sábado (21), circulou nas redes sociais uma imagem de um painel eletrônico mostrando que sete unidades de terapia intensiva e semi-intensiva destinadas a pacientes graves (com e sem Covid) estavam com 100% ou mais de ocupação.

Fachada do Hospital Albert Einstein
Fachada do Hospital Albert Einstein - Amanda Perobelli/Reuters

Segundo Sidney Klajner, presidente do Einstein, o painel é um retrato em tempo real das proporções de ocupação, mas que muda o tempo todo de acordo com a demanda.

No sábado, às 7h, por exemplo, todos os leitos destinados a pacientes com Covid e às outras especialidades estavam ocupados, mas havia altas agendadas logo depois, o que não aparecia no painel.

De acordo com Klajner, mesmo antes do aumento das internações por Covid nas últimas semanas o Einstein já registrava taxas de ocupação de até 102%. Isso ocorre quando o paciente aguarda alta enquanto outro espera por aquele leito no pronto-atendimento.

“Da mesma forma que o povo está indo para os bares, para festas, ninguém está protelando mais procedimentos e cirurgias", afirma.

Nesta segunda (23), o total de pacientes Covid-19 no hospital, que chegou a 98 na semana passada, estava em 93. Desses, 16 estavam na UTI, que tem 23 leitos. O restante estava na semi-intensiva e nos apartamentos.

“Mas isso é muito modulável. Se houver um pico de uma segunda onda, podemos transformar o número de leitos necessários. Em março, estávamos preparados para transformar 300 leitos do hospital em UTI”, diz Klajner.

Para aumentar o número de leitos, ele afirma que o hospital está fazendo alguns remanejamentos. Procedimentos de baixa e média complexidade foram transferidos para o centro cirúrgico de Perdizes (zona oeste de SP), por exemplo.

"O corpo clínico também tem se esforçado para dar alta antes das 9h para não ter leito preso por um capricho do médico, que não veio dar alta cedo."

Sobre as cirurgias eletivas, ele diz que o hospital tenta conter um pouco o agendamento. Em vez de permitir 150 cirurgias por dia, autoriza 120. “Procedimentos adiáveis podem ser feitos depois.”

Outra providência, segundo o presidente, tem sido priorizar a comunidade de pacientes de São Paulo. “Estamos recusando pacientes de fora de São Paulo por falta de capacidade.”

Em nota, o Hospital Sírio-Libanês disse que está remanejando espaços, leitos e equipes e priorizando os casos mais críticos para atender a demanda de pacientes que procuram a instituição em busca de assistência. Nesta segunda, o hospital tinha 132 pacientes internados com Covid, 34 deles na UTI.

"Ampliamos nas últimas semanas nossa capacidade para mais de 500 leitos operacionais e temos planos de contingência para acomodar mais pacientes, caso seja necessário”, diz o Sírio.

No HCor (Hospital do Coração), a taxa de ocupação das unidades destinadas à Covid-19 estava em 94% nesta segunda, com 47 pacientes internados (15 em UTI).

Segundo Fernando Torelly, superintendente executivo do HCor, a ocupação geral do hospital (contando Covid-19 e outras doenças) está em 82%.

"Estarmos preparados para atender pacientes com Covid junto com as demais especialidades com fluxos seguros para todos”, diz ele.

No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a ocupação de leitos de UTI (Covid e não Covid) estava em 85% nesta segunda-feira.

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