Descrição de chapéu Coronavírus

Demanda aumenta, e pedidos para exame RT-PCR para Covid em redes particulares pode levar sete dias

Laboratórios como o Einstein fazem mais de mil testes por dia; índice de positivos cresce

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São Paulo

Em meio ao aumento do número de casos de Covid-19 no país na última quinzena de novembro, e que se sustenta no início de dezembro, a esperapor exames do tipo RT-PCR para diagnóstico da infecção pelo coronavírus aumentou na rede pública e também na privada.

A alta procura fez com que alguns laboratórios particulares verificassem aumento pronunciado do volume de testes, fato evidenciado pelo aumento na positividade.

O exame RT-PCR é indicado para pessoas com suspeita de infecção pelo Sars-CoV-2, e idealmente deve ser realizado entre o 1˚ e o 5˚ dia após o contágio.

Tanto assintomáticos quanto aqueles com sintomas podem realizar o exame na rede particular, embora na rede pública só haja determinação para realização em pacientes sintomáticos.

Devido a isso, os principais centros de diagnóstico laboratorial privados viram um aumento da procura por exames no início de novembro. A Folha consultou Dasa, Fleury, Einstein, LabiExames, Lavoisier, Sabin, Laboratório Vital e
A+.

"Devido a diferença entre os dias da semana, com maior procura no fim de semana, nós calculamos a média móvel da taxa de exames. Em 1˚ de novembro, nossa média móvel era de 959. Até ontem (3 de dezembro), a média móvel era de 1.164", explica Vanessa Teich, superintendente de economia da saúde da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Mesmo com a média móvel menor esta semana, o centro laboratorial do Einstein atingiu um pico de novos exames no último dia 18, quando foram feitas coletas de 1.464 swabs para teste molecular. Nesse dia, a positividade era de 14,7%, atingindo 17,8% até a última quinta-feira (3).

“Temos que avaliar esses dados com a visão de que os pacientes que nos procuram são aqueles com suspeita de Covid, então tem mais chance de ter um resultado positivo”, diz Teich.

Nos laboratórios Delboni Auriemo e Lavoisier, do grupo Dasa, os agendamentos disponíveis para realização de exames nas unidades em São Paulo eram todos a partir do dia 10 de dezembro. Um dia antes, o intervalo de espera no Dasa era de quase duas semanas.

O laboratório foi o mesmo que identificou um aumento de 42% no número de testes positivos em novembro. O custo de um exame RT-PCR no Delboni é de R$340, e no Lavoisier, R$280. Os dois cobram R$40 de taxa de coleta.

A empresa Labi Exames, especializada em oferta de exames a domicílio a preços acessíveis, que atende em São Paulo e no Rio de Janeiro, disse não haver fila de espera e tem trabalhado com o fluxo normal de exames. Na simulação do agendamento feito pela Folha, no entanto, só havia coleta para a próxima terça-feira (dia 8), em SP, e a partir de quarta-feira (dia 9), no RJ.

Octavio Fernandes, vice-presidente do grupo, afirma que houve um aumento de cerca de 20% na procura dos exames RT-PCR em novembro em relação a outubro. Em agosto, a positividade era de 8%, alcançando 14% na primeira semana de dezembro. O executivo disse que o grupo aumentou a capacidade de atendimento e que todos os agendamentos são feitos em até 48 horas.

Einstein e Fleury tinham horários para agendamento apenas dois dias depois, na quinta-feira (2), e para o dia seguinte (drive-thru) ou segunda (coleta domiciliar) nesta sexta (3).

Em nota , o Fleury afirma ter aumentado a procura. Já o Einstein diz que vê um aumento de positividade (um percentual maior dos testes feitos tem resultado positivo), mas que não enfrenta gargalos.

Conforme mostrou reportagem da Folha, o tempo de espera pelo resultado do exame na rede pública também aumentou, e pode chegar a até dez dias úteis –há um mês, eram dois ou três.

O alongamento do prazo, neste caso, se deu tanto pelo salto na demanda quanto peloa saída de um dos laboratórios que compunha a rede de exames, o Afip.

Nos cinco primeiros meses da pandemia de Covid, que teve o primeiro caso registrado no Brasil no fim de feveireiro, o gargalo de testes no estado de São Paulo chegou a 14 mil. Na época, a doença era inédita, e somente o Instituto Adolfo Lutz processava o exame, colhido em hospitais.

Segundo o monitor desenvolvido pela Folha com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de Saúde, o estado de São Paulo está em estágio "estável" da pandemia, depois de ter passado para o desacelerado.

Na última segunda, um dia após o segundo turno das eleições municipais, o governador João Doria anunciou o recuo de todo o estado para a fase amarela das medidas restritivas para frear a pandemia, a terceira de cinco.

Autoridades da saúde e médicos temem uma explosão de casos com as festas de fim de ano. A doença já matou mais de 175 mil pessoas no Brasil.

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