A gigante farmacêutica Merck, conhecida no Brasil como MSD (Merck Sharp & Dohme), vai ajudar na produção da vacina da Janssen, braço farmacêutico do laboratório Johnson & Johnson, contra a Covid-19. A parceria deve acelerar a produção e a distribuição de vacinas nos EUA.
A informação foi divulgada pela agência de notícias Associated Press, que confirmou o dado com um funcionário da administração do governo Biden. A Casa Branca fez o anúncio oficial da parceria nesta terça-feira (2).
A vacina da Janssen de dose única teve eficácia global comprovada de 72% na proteção contra casos de Covid-19 sintomáticos e foi aprovada no último sábado (27) para uso no país pela agência norte-americana regulatória, a FDA.
O governo de Joe Biden anunciou também nesta terça que pretende imunizar todos os americanos com mais de 18 anos contra a Covid-19 até o final de maio.
"Um dos meus objetivos ao tomar posse foi disponibilizar 100 milhões de doses de vacina contra Covid-10 nos primeiros 180 dias do meu mandato. Já atingimos metade dessa meta, e eu estou confiante de dizer que conseguiremos cumprir esse esforço, usando todos os recursos do governo americano para tal", disse o presidente.
Embora tenha recebido o sinal verde para usar sua vacina na população, a Johnson & Johnson vem enfrentando problemas para a fabricação e a distribuição do imunizante. Inicialmente, a empresa disse que teria 12 milhões de doses para pronta-entrega assim que recebesse a aprovação, mas esse número caiu para 4 milhões no último sábado.
Ainda assim a empresa se comprometeu a fornecer 100 milhões de doses até o final de junho, 20 milhões delas até o final de março.
Por outro lado, a Merck & Co tinha uma vacina própria contra Covid-19 no páreo, mas seu desenvolvimento foi suspenso em janeiro após não atingir os objetivos esperados.
Para conseguir garantir a entrega prometida, o governo Biden começou a investigar possibilidades para reverter os atrasos na produção e acelerar a vacinação no país, que já conta com dois imunizantes diferentes em uso (a da Pfizer/BioNTech e a da Moderna).
Agora, duas fábricas da Merck nos Estados Unidos serão utilizadas para produzir as vacinas da Janssen. Em uma das fábricas serão feitos os processos finais de envase, rotulagem e embalagem das doses. Já na outra fábrica será feita a produção da vacina propriamente dita.
Segundo autoridades do governo, a empresa teria ainda potencial para aumentar a demanda e até mesmo dobrar a capacidade da própria fábrica da Johnson & Johnson.
Biden disse que além do remanejamento de duas fábricas da Merck para auxiliar na produção da vacina da J&J, a própria farmacêutica irá operar 24 horas por dia, sete dias por semana para atingir o contingente esperado.
O apoio financeiro para as máquinas e insumos necessários para acelerar a vacinação vem do projeto Warp Speed, criado ainda no governo Trump para financiar as pesquisas das vacinas contra Covid-19 e a sua fabricação após aprovação. Foram investidos mais de U$12,4 bilhões (cerca de R$ 70,4 bi).
Agora, o governo Biden pretende ainda contratar novos profissionais, entre enfermeiros, médicos, técnicos de laboratório e operadores de logística para acelerar a distribuição e vacinação. "Hoje, nós estamos trazendo de volta ao serviço médicos e profissionais de saúde aposentados, com a contratação de 1.500 profissionais de saúde ligados ao governo, para ajudar nessa imunização."
"Nós continuaremos a usar o Ato de Defesa de Produção [DPA, na sigla em inglês, decreto para disponibilizar recursos de relevância para a segurança nacional] continuar a acelerar a importação de insumos, equipamentos e de vacinas", completou Biden.
Ainda não há informações sobre como a parceria com a Merck vai afetar a capacidade inicial da Johnson & Johnson e sua entrega programada, até porque as instalações precisam ser adaptadas para a nova produção, o que pode ainda levar meses.
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