Descrição de chapéu Coronavírus

Grupo faz casamento simbólico em ônibus em Sergipe para pedir auxílio ao setor de eventos

Com 90% dos leitos de UTI ocupados, Aracaju passou a aplicar novas medidas restritivas na quarta-feira

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Rio de Janeiro

Um grupo de dez pessoas realizou um casamento simbólico em um ônibus em Aracaju (SE), nesta terça-feira (16), para pro testar contra a falta de auxílio governamental para empresas do setor de eventos. No veículo também havia outros passageiros, que nas imagens aparecem em pé, sem distanciamento, filmando a ação.

Com 90% dos leitos de UTI ocupados, segundo boletim da Fiocruz, a capital de Sergipe passou a aplicar nesta quarta-feira (17) novas medidas para tentar frear a disseminação do novo coronavírus. Entre elas, está a suspensão de todos os eventos até domingo (21).

O cerimonialista Vailton Linhares, que celebrou o casamento falso, afirma em vídeo que o grupo organizou o protesto para "ecoar a voz de centenas de profissionais do setor". "Pedimos às autoridades que, assim como é necessario parar algumas atividades, nós também precisamos de apoio, que o governo nos enxergue e tome decisões que nos ajudem", diz.

A escolha do ônibus para a ação foi irônica, segundo Linhares afirma à reportagem. Isso porque, enquanto o comércio teve seu horário reduzido pelo governo, as aglomerações nos transportes públicos não foram sanadas pelo governo.

"Não foi mexido no transporte público. Pelo contrário, reduziu a frota, o que gerou aglomeração. Com essa atitude, entendemos que para o governo do estado o transporte é um local seguro, pode aglomerar que não vai haver transmissão do vírus", diz.

Empresários do setor de eventos fizeram um casamento simbólico como protesto em ônibus em Aracaju (SE)
Grupo realiza casamento simbólico como protesto em ônibus em Aracaju (SE), contra falta de auxílio para empresas de eventos - Arquivo pessoal

Questionado pela reportagem se não seria condenável piorar a aglomeração ao realizar a ação no interior do ônibus, Linhares afirma que todos estavam com máscaras e que levaram um medidor de temperatura. "Fizemos uma ação como se fosse um evento, com todos os cuidados. Foi uma gravação não demorada", justifica.

Segundo ele, o grupo apoia as medidas restritivas e entende a gravidade do avanço da pandemia no estado, mas pede um auxílio mensal do governo para sustentar os trabalhadores que dependem das atividades do setor.

"Realmente, [o aumento de casos] está assustador em Sergipe. O que estamos buscando é implantar um auxílio estadual para profissionais de eventos, como em outros estados. Foi o primeiro [setor] a parar e será o último a voltar. Há casos de colegas sem condições até de se alimentar, a ponto de passar fome", diz

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