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Pacientes são transferidos de UPA por risco de falta de oxigênio em SP

Unidade em Ermelino Matarazzo aumentou o consumo de oxigênio em 16 vezes, diz White Martins

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São Paulo

Dez pacientes atendidos na UPA Ermelino Matarazzo (zona leste) tiveram que ser transferidos, na noite desta sexta-feira (19), por risco de faltar oxigênio.

De acordo com a SMS (Secretaria Municipal da Saúde), sete pacientes foram para o Hospital Municipal Professor Waldomiro de Paula, em Itaquera (zona leste) e três para o AME Luiz Roberto Barradas Barata, na região do Sacomã (zona sul). Outros 50 permaneceram na unidade sendo atendidos por nebulização.

O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, afirmou que, como a White Martins não conseguia fazer a entrega a tempo, os profissionais da UPA decidiram pela transferência.

"O problema não é o oxigênio; é o esgotamento logístico da entrega do produto que está causando a demora. Numa UPA como essa nós enchíamos o tambor de oxigênio uma vez por semana; agora, chega a três vezes por dia e não está dando conta. Nós conseguimos avaliar o caso e tomar a decisão adequada e rápida para a transferência dos pacientes".

Segundo ele, a pasta está concentrando os pacientes de Covid-19 nos grandes hospitais para que possa ter um abastecimento constante de oxigênio. Edson Aparecido afirmou que não há risco de falta de oxigênio na capital paulista.

O secretário disse também que procurou a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) para o empréstimo de cilindros e que a Secretaria Municipal da Saúde realiza compra de cilindros e faz a locação de usinas de oxigênio para serem colocadas nas unidades.

Em nota, a White Martins afirma que não faltou oxigênio para a UPA Ermelino Matarazzo, mesmo com o aumento do consumo do produto na unidade em 16 vezes —de 89 metros cúbicos por dia em dezembro de 2020 para 1.453 metros cúbicos por dia no dia 18 de março.

Nesta sexta, segundo a empresa, a UPA consumiu todo o produto do tanque de oxigênio e o sistema iniciou automaticamente o uso da central reserva de cilindros.

"A rede interna de distribuição do oxigênio para uso terapêutico é de responsabilidade dos estabelecimentos assistenciais de saúde e a White Martins tem alertado exaustivamente seus clientes sobre os riscos envolvidos na transformação de unidades de pronto atendimento em unidades de internação para pacientes com Covid-19 sem um planejamento adequado. Muitas unidades não possuem redes centralizadas com a dimensão adequada para expansão do consumo, agravando a condição de fornecimento de gás para suportar ventiladores, inaladores e outras práticas terapêuticas. Essas condições interferem na pressão necessária para alimentar os ventiladores utilizados em pacientes críticos, o que leva à percepção equivocada de que há falta de gás", diz trecho da nota.

Segundo a White Martins, a adaptação de unidades de pronto atendimento só deve ser realizada após um estudo de viabilidade, a fim de permitir a adequação da infraestrutura, a avaliação da acessibilidade dos veículos de transporte e, consequentemente, a garantia e a confiabilidade para entrega, armazenamento e uso de um produto essencial como o oxigênio.

De acordo com a empresa, a UPA Ermelino Matarazzo foi notificada formalmente sobre a necessidade de informar previamente qualquer incremento de consumo do produto à fornecedora, para avaliação e adequação dos seus equipamentos instalados e malha logística.

"Até o momento, a White Martins não recebeu nenhum retorno desta unidade sobre a previsão de demanda ou necessidades de acréscimo no consumo de oxigênio mesmo diante do cenário acima narrado", afirma a empresa.

De acordo com a secretaria de Saúde, a OSS (Organização Social de Saúde) gestora da unidade (,SAS – Seconci) alertou a White Martins, durante toda a sexta-feira, sobre o baixo nível de oxigênio na unidade.

Edson Aparecido afirmou em entrevista à uma emissora de TV que a comunicação com a fornecedora de oxigênio é diária e que somente nesta semana a Secretaria Municipal da Saúde se reuniu com a empresa por três vezes.

Na cidade de São Paulo, a taxa de ocupação dos leitos de UTI também é preocupante. Na sexta, os hospitais municipais estavam com 1.230 leitos UTI Covid-19 em operação, com taxa de 89%.

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