Descrição de chapéu Coronavírus

Vacinas contra a Covid e oxigênio medicinal só poderão ser exportados com autorização da Anvisa

Decisão pode afetar planejamento de laboratórios brasileiros que pretendem exportar imunizantes

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Brasília

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) colocou o oxigênio medicinal e vacinas contra a Covid-19 entre os produtos que precisam de sua autorização para serem exportados no país.

A decisão, tomada em reunião da diretoria colegiada nesta quarta-feira (3), inclui a exportação de matéria-prima, produto semi-elaborado ou que já esteja pronto.

A medida adotada é temporária e envolve as ações de proteção da saúde pública estabelecidas pela agência no enfretamento da pandemia do novo coronavírus.

Segundo o diretor da Anvisa Rômison Rodrigues Mota, a decisão foi tomada por dois motivos, entre eles a dificuldade de se obter vacinas no mundo.

"Diante do noticiário do avanço da pandemia no Brasil, verifica-se o iminente risco de desabastecimento [de oxigênio], e a corrida mundial pela vacinação, tendo em vista que a capacidade fabril das indústrias encontra-se abaixo do necessário para garantir o fornecimento para toda a população.”

Ele afirma que a medida é uma forma de resguardar para que não ocorra o desabastecimento no país.

A diretora Cristiane Jourdan disse que é de responsabilidade da Anvisa proteger e preservar a saúde do cidadão brasileiro.

“O Brasil está atravessando um grave momento de pandemia, seja segunda, terceira onda, nova pandemia, o nome que for. Temos dados alarmantes da grave situação pela qual passamos e nessas situações não se pode oscilar por falta de firmeza. Sim, firmeza. É o que a população espera do regulador."

A decisão pode atrapalhar o planejamento de laboratórios que pretendem exportar vacina no Brasil, como o Instituto Butantan, responsável pela fabricação da Coronavac, e a União Química, que representa a Sputnik V no país.

Países do Cone Sul têm avançado em negociações para adquirir a vacina Coronavac por meio do Butantan. Outros o fazem por via direta com o laboratório chinês Sinovac, como o Chile, que recebeu os primeiros 2 milhões de doses na última quinta-feira (28).

Na sexta (29), em entrevista à imprensa, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que as negociações envolvendo o Uruguai continuam de forma tripartite.

"O pleito do país é discutido pelo Butantan junto com a Sinovac. Neste momento temos uma sinalização muito positiva da Sinovac de uma liberação de 500 mil doses para esses países, excluindo Uruguai e Colômbia, que estão negociando diretamente com a Sinovac, com a participação do Butantan.”

E acrescentou: "brevemente teremos as assinaturas de contratos, que não estão assinados. Menciono que toda essa negociação é feita sem prejudicar em nenhum momento o que está planejado para o Brasil. São doses adicionais que virão prontas diretamente da China ou que serão produzidas no Butantan, mas que não afetam em nada os quantitativos anunciados para o programa nacional de imunização".

A União Química também planeja exportar parte das doses da Sputnik produzidas no país, no entanto, disse que ainda não tem nenhum contrato fechado.

Até o final do mês de janeiro, as embaixadas de Argentina, Uruguai e Paraguai já haviam entrado em contato com o laboratório com interesse em adquirir o imunizante.

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