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Manaus começa a vacinar pessoas com comorbidades que tenham laudo médico; veja programação

Exigência pretende evitar fraudes e fura-filas na imunização; fase atual é restrita a pessoas com diabetes, cardiopatias e obesidade mórbida

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Manaus

Manaus começou a vacinar pessoas com comorbidades e, para evitar fraudes e os fura-filas, a prefeitura está exigindo a apresentação de laudo médico ou receita para medicação contínua que comprove a doença no ato da vacinação.

Neste primeiro momento as doses estão sendo aplicadas apenas pessoas com diabetes, obesidade mórbida (IMC acima de 40) e cardiopatias, que são as principais causas de óbitos entre os pacientes com Covid-19, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Entre as cardiopatias selecionadas para o grupo prioritário estão insuficiência cardíaca, cor pulmonale e hipertensão pulmonar, cardiopatia hipertensiva, síndromes coronarianas, valvopatias, miocardiopatias e pericardiopatias, doenças da aorta e dos grandes vasos, fístulas arteriovenosas, arritmias cardíacas, cardiopatia congênita no adulto, próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados.

Na terça a vacinação começou com as pessoas de 45 a 49 anos com diabetes, cardiopatias e obesidade (acima de 40 IMC). Já nesta quarta (7), a prefeitura iniciou a vacinação de pessoas de 40 a 44 anos. Na quinta (8) começa imunização das pessoas de 35 a 39 anos com comorbidades, na sexta (9), de 30 a 34 e, no sábado, de 18 a 29 anos.

Pessoas de 45 a 49 anos com cardiopatia, diabetes ou obesidade grave são vacinadas em Manaus - Valdo Leão / Semcom

Segundo uma enfermeira que atua na campanha de vacinação, houve quem tentasse receber a vacina mesmo sem pertencer ao grupo prioritário e sem laudo médico. É o caso de um empresário de 51 anos, que é obeso, mas que não se encaixa no critério de obesidade mórbida. Mesmo assim, procurou um posto de vacinação, esperou na fila e saiu de lá sem ser vacinado.

“Como teve confusão na primeira fase de vacinação aqui em Manaus e em outros lugares, decidi ir direto no posto e tentar, mas não consegui tomar a vacina. Mandaram eu voltar para casa e retornar quando chegar minha vez”, contou o empresário, que não quis se identificar.

A professora Silmara Souza, 58, que tem hipertensão arterial resistente (HAR), faz tratamento para a doença há cerca de um ano. Apesar de ter laudo médico que comprove sua comorbidade, a HAR não faz parte das doenças pré-existentes que estão sendo priorizadas nesta fase da vacinação e, por isso, ela também não conseguiu receber a dose.

“Quando anunciaram que iriam vacinar as pessoas de 18 a 59 anos com comorbidades, pedi para o meu médico um laudo e corri fazer o cadastro. Foi quando descobri que o meu problema de saúde não me garante o direito à vacina. Pior é que agora temos que esperar todas as pessoas até 18 anos serem vacinadas para só depois ampliarem para os outros grupos. Ou seja, não tem previsão”, diz.

Até a terça (6) a Prefeitura de Manaus havia vacinado 17.677 pessoas com comorbidades. Uma delas é a cozinheira autônoma Dalvani Silva Guimarães, 54, que tem hipertensão e diabetes há três anos e tomou a vacina no último sábado (3). Ela foi diagnosticada com Covid-19 em setembro e fez o cadastro no site da prefeitura assim que a vacinação do grupo prioritário foi anunciada.

“Tanto no cadastro quanto no posto foi pedida a receita da última visita ao médico. Foram informados no site a data e local da vacinação e também da segunda dose, que está marcada para 30 de abril”, conta.

O jornalista Gerson Severo Oliveira Dantas, 54, que tem obesidade grau 3, com IMC de 41, também precisou apresentar um documento que comprovasse a doença para receber a primeira dose da Coronavac, no sábado (3). No caso dele, os vacinadores foram mais rígidos: exigiram original e cópia do laudo médico.

“Na hora da vacinação foi pedido o laudo comprovando a comorbidade. Pediram original e cópia, ficaram com a cópia e anotaram meu telefone nela, anotaram também o dia da vacinação, tipo de vacina e a data prevista para a segunda dose no meu laudo”, diz ele.

A secretária municipal de Saúde interina de Manaus, Aline Rosa Martins, explica que a orientação é para que a população realize o cadastro no site Imuniza Manaus (imuniza.manaus.am.gov.br) para reduzir o tempo de espera nos postos de vacinação e facilitar o trabalho dos vacinadores. Quem deseja se cadastrar mas não tem acesso à internet pode procurar uma Unidade Básica de Saúde para realizar o cadastro prévio. O cadastro, no entanto, não é obrigatório.

“Aqueles que ainda não têm cadastro podem registrar seus dados no link, na opção ‘Comorbidades’ e aguardar o agendamento automático ou procurar o posto mais próximo com os documentos obrigatórios”, diz. “Alguns têm informado serem portadores de uma doença no sistema e apresentado laudo de outra no posto, o que inviabiliza a vacinação."

Segundo a prefeitura, os diabéticos que não têm laudo podem apresentar a receita médica em papel timbrado oficial do SUS ou da rede privada de saúde. No caso de obesidade grave com IMC igual ou maior que 40, o usuário pode comprovar a condição por meio de declaração emitida por médico ou qualquer profissional de saúde de nível superior (enfermeiro, nutricionista, educador físico, farmacêutico ou outro).

A vacinação está ocorrendo em sete postos na capital, que funcionam com pontos fixos e drive-thru, das 9h às 16h.

A prefeitura também informou que, até terça (6), não recebeu nenhuma denúncia sobre irregularidades ou fraudes na atual fase da vacinação.

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