Descrição de chapéu Coronavírus

Praça Roosevelt, em SP, registra dois dias seguidos de aglomeração

Centenas de pessoas foram retiradas do local pela PM no sábado (17); no domingo, secretaria dizia não ter relato de multidão

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Gonçalves (MG)

Frequentadores da praça Roosevelt, um espaço de lazer no centro da cidade de São Paulo, cravaram um mau exemplo na noite deste sábado (17) e voltaram a repeti-lo no domingo (18).

O grupo, composto por centenas de pessoas, foi flagrado aglomerado e com copos de bebidas nas mãos pelas escadarias e canteiros do espaço.

Nas imagens captadas pela Folha no sábado, não foi possível ver pessoas com máscara no rosto, item obrigatório previsto em decreto estadual para conter a disseminação do coronavírus.

Aglomeração na praça Roosevelt, no centro de SP
Aglomeração na praça Roosevelt, no centro de SP - Karime Xavier/Folhapress/Frame de Vídeo

Também não havia cumprimento ao distanciamento social. O formigueiro de gente lembrava os tempos pré-pandêmicos de boemia do lugar, um reduto de teatros e bares.

A cena voltaria a se repetir no início da noite deste domingo, mesmo dia em que o estado começøu a relaxar parte das restrições, quando uma multidão transitava pelo local, aparentemente se dirigindo à região do Vale do Anhangabaú.

Multidão com dezenas de pessoas é vista de cima sobre calçada e gramado
Jovens, a maioria sem usar mascara, se aglomeram na praça Roosevelt, centro de Sao Paulo, no domingo (18) - Nelson Antoine/Folhapress

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública afirmo não ter recebido relatos sobre aglomeração. Bares e restaurantes ainda estão proibidos de receber clientes nesta semana —eles poderão abrir as portas com horário e capacidade restritas a partir do próximo fim de semana.

No momento em que muitos ali faziam suas confraternizações coletivas a céu aberto, o Brasil computava mais 2.865 óbitos por Covid-19, e já supera um mês com a média diária de mortos pela doença acima de 2.000.

Parte desses números são resultantes da desobediência às regras sanitárias, como no caso da Roosevelt.

Aglomeração, contato físico e compartilhamento de itens pessoais —como cigarros e copos de bebidas— são os comportamentos que têm ajudado o coronavírus a se espalhar com força.

A concentração de gente na praça Roosevelt no sábado era tamanha que ajudou a formar um congestionamento de carros na região, outra cena bem típica antes da chegada do coronavírus.

Para dispersar o público formado de forma irregular, a Polícia Militar formou um cordão humano de isolamento e passou a conduzir a multidão para a região da rua da Consolação.

A PM disse, por nota, que chegou à praça após receber chamados que denunciavam a presença de muita gente. A própria chegada dos agentes ajudou a dispersar parte dos frequentadores, que saíram do local sem causar tumulto. Também não houve presos e nem o registro de pessoas feridas.

“Desde o início da pandemia, a Polícia Militar atua em apoio aos órgãos de Vigilância Sanitária no combate às aglomerações e descumprimento das medidas de afastamento impostas por lei”, segundo nota da corporação.

Um comitê de blitz formado por órgãos do estado e da prefeitura de São Paulo tem combatido todo o tipo de evento que ajude a formar aglomerações.

Na madrugada deste domingo (18), uma festa clandestina realizada na Vila Maria, na zona norte da capital paulista, foi encerrada; e os responsáveis pelo evento foram levados à delegacia.

Entre o sábado (17) e a madrugada deste domingo, a PM diz ter feito 4.338 dispersões flagrando 607 pontos de aglomeração em todo o estado.

A Vigilância Sanitária Estadual também afirmou ter inspecionado 19 estabelecimentos na capital. Destes, 12 foram autuados por operar com atendimento presencial.

Colaboraram Mateus Camilo e Phillippe Watanabe

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.