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Companhia Os Satyros fecha sala de teatro no centro de SP em meio à pandemia

Ivam Cabral, cofundador do grupo, anunciou nas redes sociais que espaço não voltará a operar

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São Paulo

Diante da atual pandemia de coronavírus e do isolamento social provocado por ela, a companhia de teatro Os Satyros anunciou o fechamento de um de seus espaços no centro de São Paulo.

Em publicação nas redes sociais, o cofundador do grupo, Ivam Cabral, disse que o Estação Satyros, na praça Franklin Roosevelt, não deve reabrir quando a quarentena acabar.

"A notícia triste veio junto com uma pandemia", escreveu. "Desde março não temos mais o Estação Satyros. Quinze anos durou a nossa aventura no número 134 da praça Roosevelt. Tantas histórias, tantos sonhos, tanta alegria."

Cena da peça "Haiti Somos Nós", encenada no Estação Satyros em 2016
Cena da peça "Haiti Somos Nós", encenada no Estação Satyros em 2016 - Lenise Pinheiro/Folhapress

A companhia administra uma outra sala teatral na mesma praça, o Espaço dos Satyros Um, no número 214. Esta foi inaugurada em 2000 como a sede paulistana dos Satyros.

Em entrevista à reportagem, Cabral afirmou que, por enquanto, não há motivo para preocupação com o Espaço dos Satyros Um. Mas reforçou que não tem sido fácil manter o endereço durante a pandemia.

"Nos últimos tempos temos trabalhado muito só para manter os aluguéis. Tem sido uma barra", diz. "Não fecharíamos o Estação Satyros se não tivéssemos encontrado esta pandemia pelo caminho. Mas se tornou absolutamente inviável pensar em qualquer ação para a manutenção do espaço."

O aluguel do Estação Satyros é de cerca de R$ 12 mil, bem acima dos R$ 8.000 desembolsados mensalmente para o Espaço dos Satyros Um. Sem receita da venda de ingressos ou de patrocinadores, Cabral e Rodolfo García Vázquez, também fundador da companhia, precisam recorrer às próprias economias —o que acontece com frequência, mas se agravou durante a Covid-19.

A expectativa agora é para a reabertura da sede na praça Roosevelt, embora Cabral já adiante que isso ainda deve demorar. "Não acreditamos que vá ocorrer este ano. Com sorte, em 2021."

Para manter a companhia até lá, Cabral e Vázquez estão bolando alternativas. A ideia principal é desenvolver uma plataforma para apresentar espetáculos pela internet, com ingressos cujo valor ajudará no pagamento do aluguel da sala que restou.

A partir da semana que vem, os artistas da companhia começam a ensaiar peças que serão encenadas por meio de um aplicativo de videoconferência.

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