Descrição de chapéu Financial Times Coronavírus

Covid longa é muito menos frequente em crianças do que em adultos, mostra estudo

Apenas 1,8% dos pacientes de 5 a 17 anos tiveram sintomas por mais de 8 semanas em pesquisa no Reino Unido

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Clive Cookson
Londres e São Paulo | Financial Times

Estudo no Reino Unido divulgado na noite de terça-feira (3) deu resultados tranquilizadores sobre a chamada "Covid longa" em crianças. Pesquisadores do King's College em Londres estudaram 1.734 crianças de 5 a 17 anos que mostravam sintomas de Covid e tinham resultado positivo em testes.

Eles descobriram que os sintomas duravam quatro semanas ou mais em 4,4% do grupo e mais de oito semanas em apenas 1,8%. Esses números ficam bem abaixo dos 10% a 20% frequentemente relatados para adultos com Covid longa. Os sintomas citados mais comumente por crianças foram dor de cabeça, fadiga e dor de garganta.

Profissional da saúde faz exame para detectar coronavírus em criança em cidade mexicana - Alfredo Estrella - 5.ago.2021/AFP

Estudo do Hospital das Clínicas da USP publicado recentemente mostrou que, um ano após a alta hospitalar por Covid-19, 60% dos pacientes ainda têm algum tipo de sequela, como fraqueza, fadiga, falta de ar e dificuldade de concentração e memória.

O trabalho acompanha 750 pacientes que ficaram internados no primeiro semestre de 2020 no HC da USP. Um terço deles ainda tem alterações pulmonares importantes.

Na avaliação feita após seis meses de acompanhamento, 58,7% dos pacientes relataram pelo menos um sintoma emocional ou cognitivo, como perda de memória (42%), insônia (33%), concentração prejudicada (31%), ansiedade (28%) e depressão (22%).

"Muitas crianças que pegam coronavírus não mostram qualquer sintoma, e será tranquilizador para as famílias saber que as crianças que adoecem com Covid-19 não são propensas a ter efeitos prolongados", disse Emma Duncan, principal autora do estudo, que foi publicado em The Lancet Child and Adolescent Health. "Nossa pesquisa confirma que um pequeno número tem uma doença de longa duração com Covid-19, mas essas crianças também costumam se recuperar com o tempo."

​"A conclusão mais importante é a baixa proporção de jovens que tiveram sintomas persistentes, a grande maioria dos quais se recuperou até dois meses após a doença", disse Russell Viner, professor de saúde da criança e do adolescente no University College em Londres. "Isso é muito menos do que foi relatado em outros estudos e é tranquilizador sobre o fardo para a população dos sintomas pós-Covid em crianças e jovens."

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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