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Terapia de anticorpos da AstraZeneca previne Covid-19, mostra estudo

Nova terapia reduziu em 77% o risco de as pessoas desenvolverem sintomas de Covid-19

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Ludwig Burger
Reuters

A nova terapia de anticorpos da AstraZeneca reduziu em 77% o risco de as pessoas desenvolverem sintomas de Covid-19 em um teste de última fase, colocando a farmacêutica no caminho para oferecer proteção aos que reagem mal às vacinas.

A companhia disse na sexta-feira (20) que 75% dos participantes no teste da terapia — dois tipos de anticorpos descobertos pelo Centro Médico da Universidade Vanderbilt — tinham condições crônicas, inclusive alguns com baixa resposta imune a vacinas.

Profissional da saúde segura com uma seringa enquanto a espeta em uma ampola de vacina
Profissional da saúde prepara uma dose da vacina AstraZeneca - Rodrigo Garrido/Reuters

Terapias semelhantes feitas com um tipo de droga chamada anticorpos monoclonais, que imitam as proteínas que ocorrem naturalmente no sistema imune, estão sendo desenvolvidas pelos laboratórios Regeneron, Eli Lilly e GlaxoSmithKline com parceria da Vir.

Mas a AstraZeneca é a primeira a publicar dados positivos de prevenção à Covid a partir de um teste de anticorpos.

A boa notícia sobre a terapia foi temperada, entretanto, por outra declaração da AstraZeneca na sexta. Ela dizia que um teste de tratamento da rara doença neurológica esclerose lateral amiotrófica (ELA), desenvolvido pela Alexion, recém-adquirida pela AstraZeneca, foi interrompido precocemente devido à ineficácia.

O executivo da AstraZeneca Mene Pangalos disse que os resultados do teste da terapia foram obtidos três meses depois que os anticorpos foram injetados, e pesquisadores fariam acompanhamento por até 15 meses, na esperança de que a companhia possa considerar a vacina uma proteção com duração de um ano.

Pangalos indicou que as perspectivas de um novo produto para Covid-19 no armário de remédios da AstraZeneca poderá também reforçar o valor estratégico de sua vacina existente Vaxzevria, que desenvolveu em colaboração com a Universidade de Oxford.

"Nenhuma outra companhia entregou duas moléculas contra a Sars-CoV2. Isso definitivamente ajuda a nos posicionar em termos da Covid", disse Pangalos à Reuters. Sars-CoV2 é o nome científico do coronavírus, que causa a Covid-19.

Outro importante executivo da AstraZeneca, Ruud Dobber, disse no mês passado que opções estratégicas diferentes estão sendo exploradas para as operações de vacinas da AstraZeneca, que enfrentaram uma série de dificuldades.

Metas de aprovação

A farmacêutica anglo-sueca sofreu problemas de produção durante o desenvolvimento da Vaxzevria quando casos muito raros de coágulos sanguíneos pesaram muito contra a demanda pela vacina na Europa. A vacina também ainda não obteve autorização nos Estados Unidos.

Preocupações sobre a nova variante delta e a perda de eficácia da vacina levaram vários países de alta renda a oferecer uma terceira dose além das duas habituais, para imunodeprimidos e outros grupos de risco.

Os imunodeprimidos, tais como os que sofreram transplante de órgãos ou tratamento de câncer, formam cerca de 2% da população e seriam o alvo principal da nova terapia. Forças navais em missões também poderão se beneficiar, entre outros, disse Pangalos.

Embora apenas 12% a 13% dos voluntários do teste tenham sido vacinados quando os dados do teste da terapia foram gerados, a AstraZeneca tentará colocar a vacina como um acréscimo a inoculações anteriores.

Pangalos disse que a AstraZeneca está visando a aprovação condicional para a terapia em grandes mercados muito antes do fim do ano, e que aproximadamente 1 milhão a 2 milhões de doses serão produzidas até então.

Quaisquer contratos de fornecimento no atacado levariam a companhia a reforçar a produção, com um ou dois centros de fabricação em locais ainda não revelados para atender à demanda mundial, disse ele.

*Reportagem adicional de Muvija M, em Bengaluru

Tradução Luiz Roberto M. Gonçalves

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