O Ministério da Saúde informou na tarde desta segunda-feira (6) ter bloqueado, nos sistemas da pasta, 25 lotes de vacinas Coronavac que tiveram uso suspenso pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Segundo a pasta, o objetivo é evitar que as doses sejam distribuídas e aplicadas até que a agência termine as investigações sobre o caso.
A medida consta de nota técnica divulgada pelo ministério a estados e municípios. No documento, a pasta orienta ainda que os lotes interditados, que correspondem a 12 milhões de doses, sejam separados dos demais e mantidos em temperatura adequada até que haja novo parecer.
O ministério, porém, não informou quantas dessas doses já foram aplicadas.
A decisão da Anvisa por interditar os lotes de forma cautelar foi divulgada no sábado (4).
Segundo a agência, a medida ocorre porque eles foram envasados em uma fábrica da empresa chinesa Sinovac, parceira do Instituto Butantan, que não tinha sido avaliada e aprovada previamente pelo órgão na avaliação de uso emergencial da vacina.
Ainda de acordo com a Anvisa, a medida é temporária e ocorre por precaução, até que seja possível verificar se a unidade onde ocorreu o envase das doses atende às exigências atuais.
Segundo o órgão, pesquisa prévia feita pela agência apontou que a unidade também não teve parecer de outras agências internacionais parceiras, o que poderia facilitar a liberação. Com isso, novas inspeções podem vir a serem necessárias.
Em nota divulgada nesta segunda (6), o Ministério da Saúde diz ainda que o volume de doses já distribuídas ou aplicadas "estão sendo rastreadas pelas equipes técnicas responsáveis e serão monitoradas e controladas até a decisão final da Anvisa". A pasta não informa a quantidade.
A orientação é que municípios onde as vacinas já haviam sido usadas monitorem quem recebeu os lotes por 30 dias. As doses também devem ser registradas em sistemas específicos, aponta a pasta federal.
Nesta segunda, a Anvisa e o Butantan fizeram uma nova reunião sobre a situação dos lotes. Segundo a agência, o instituto apresentou avaliação própria que conclui pela ausência de risco nos lotes interditados.
A Anvisa, porém, ressaltou que dados de outras agências estrangeiras ou uma nova inspeção própria são necessários para concluir que há cumprimento das regras de boas práticas.
"Nesse momento, a Anvisa aguarda a apresentação de documentos adicionais pelo IB enquanto paralelamente inicia trâmites internos no caso de eventual necessidade de inspeção presencial pelos próprios inspetores da Anvisa", informa.
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