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São Paulo e Rio avaliam tornar máscara opcional em espaços abertos

Paes afirmou que flexibilização pode começar em 15 de outubro; já em SP, fim da obrigatoriedade é estudada para segunda quinzena deste mês

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São Paulo e Rio de Janeiro

São Paulo e Rio de Janeiro já estudam desobrigar o uso de máscara nas cidades ainda neste ano. Com a queda de internações e óbitos de Covid-19 e avanço da vacinação, as autoridades sanitárias avaliam que já seria possível descartar a necessidade da proteção ao menos em áreas externas.

O prefeito Eduardo Paes (PSD) disse nesta segunda (4) que a liberação do uso da máscara já pode começar em 15 de outubro. São Paulo ainda não definiu a data da flexibilização, mas a Folha apurou que a nova regra já pode começar a valer na segunda metade deste mês.

Pedestres usam máscara na região do largo 13 de Maio, em Santo Amaro, na zona sul de SP - Rivaldo Gomes/Folhapress

Paes compartilhou em suas redes sociais documento que estabelece o mínimo de 65% da população com esquema vacinal completo para o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras. Segundo dados da Prefeitura, 72% dos adultos já estão com o esquema vacinal completo.

Já São Paulo deve esperar a vacinação em duas doses ou dose única da população adulta chegue próximo aos 90%. Segundo boletim da prefeitura, até esta segunda (4), esse índice estava em 81,75%. Entre os adolescentes, 97,5% já haviam completado o primeiro ciclo da vacinação.

O documento divulgado por Paes também aponta para uma maior flexibilização em novembro, exigindo máscaras apenas em ambiente hopitalar e no transporte público, caso 75% da população esteja com esquema vacinal completo. A ideia também é permitir a livre circulação das pessoas, sem distanciamento ou limite de lotação.

Após ser chamada em agosto de epicentro da pandemia por Paes​, a cidade do Rio vive uma queda nos números da pandemia. Segundo o último boletim epidemiológico, os atendimentos de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave na capital fluminense estão em queda e não há filas de espera para leito de Covid-19.

Já em São Paulo o que tem motivado a flexibilização é a redução de óbitos. A média móvel dos últimos sete dias tem ficado na casa de duas mortes diárias. Além disso, as internações têm caído de maneira consistente desde julho. Nesta segunda, a cidade tinha 507 pacientes internados, sendo 294 em leitos de UTI e 213 em enfermaria. Para comparação, em março, a cidade chegou a registrar 2.020 pacientes internados —1.058 sob cuidados intensivos.

Em entrevista coletiva para anunciar os preparativos para o Carnaval 2022 em São Paulo, nesta terça (5), o secretário da Saúde, Edson Aparecido, afirmou que o estudo da flexibilização do uso de máscaras foi um pedido do prefeito Ricardo Nunes (MDB), diante dos sinais de redução da pandemia na cidade.

O secretário ainda projetou que a vacinação de adultos deve alcançar 100% até o fim de outro e que a cidade está cada vez mais próxima do registro de "zero óbito" por Covid-19. Aparecido, no entanto, fez questão de destacar que o uso de máscara foi uma medida decisiva no controle da pandemia na cidade, inclusive durante o avanço da vacinação.

O médico Antônio Carlos Bandeira, diretor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), é a favor de flexibilizar o uso de máscara em ambientes abertos e grandes, neste último, como um shopping center, onde os corredores são largos, por exemplo, e manter a obrigatoriedade em locais fechados e menores, como nas empresas e repartições, até que chegue a fase terminal da pandemia.

"A flexibilização é o caminho natural quando se tem imunização larga, taxas bastante confortáveis e diminuição das taxas de mortalidade. É para isso que vamos caminhar. Apertamos quando precisou e agora é o momento onde há uma segurança cada vez maior para flexibilizar", afirma Bandeira.

"A pandemia está caindo. Estamos tendo diminuição das taxas de incidência e também do número de óbitos. Paralelamente, temos um aumento de pessoas vacinadas, cada vez mais, e agora com a terceira dose você reforça os vacinados logo no início. Descendo as vacinas até 12 anos é outra segurança. Tudo isso gera um cinturão de proteção para que seja possível flexibilizar as medidas", completa.

O infectologista Helio Bacha, consultor da SBI, discorda. Para o médico ainda não é o momento para flexibilizar o uso de máscaras.

"Nós tivemos uma redução importante no número de casos graves [de Covid-19], mas a redução de transmissão não foi no mesmo patamar", explica. Bacha reforça que a capacidade de transmissão da variante delta é muito maior do que a gamma e o uso de máscaras nessa condição se torna ainda mais necessário", diz Bacha.

​O médico lembra que a máscara é importante para a proteção individual e evitar a transmissão. "Nós temos pessoas assintomáticas que podem transmitir o vírus, especialmente as crianças e os jovens. Não sei como você chama isso, mas 300 óbitos por dia ainda é um número importante", afirma Bacha.

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