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Eficácia de pílula contra Covid da MSD cai de 50% para 30% em novo estudo

Nos EUA, especialistas se reunirão na terça para discutir se recomendam a autorização da pílula

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Manas Mishra Michael Erman
Brasília, Bengaluru (Índia) e New Jersey | Reuters

A empresa farmacêutica MSD afirmou, nesta sexta-feira (26), que dados atualizados de seu estudo sobre a pílula experimental para Covid-19 mostraram que a droga é significativamente menos eficaz em reduzir as internações e as mortes do que foi relatado anteriormente.

O laboratório disse que sua pílula mostrou uma redução de 30% em hospitalizações e mortes, com base em dados de mais de 1.400 pacientes. Em outubro, seus dados mostraram eficácia de aproximadamente 50%, com base em dados de 775 pacientes.

Molnupiravir, da MSD, atua prevenindo a replicação do vírus da Covid-19
Molnupiravir, da MSD, atua prevenindo a replicação do vírus da Covid-19 - Merck & Co/Reuters

Conhecida como Merck nos Estados Unidos e no Canadá, a MSD pediu à Anvisa autorização para uso emergencial de remédio contra a Covid nesta sexta. A empresa divulgou os dados antes que a FDA (Agência de Alimentos e Drogas, em tradução livre) publicasse uma série de documentos, também nesta sexta, destinados a informar um painel de especialistas externos que se reunirão na terça-feira (30) para discutir se recomendam a autorização da pílula.

Os membros do órgão não fizeram recomendações próprias sobre se a pílula deve ser autorizada. Os funcionários da FDA pediram que o painel discutisse se os benefícios da droga superam os riscos e se a população para a qual ela seria autorizada deve ser limitada.

Eles também pediram ao comitê para calcular as preocupações sobre se a droga pode estimular mutações do vírus, e como essas preocupações podem ser atenuadas. As ações da MSD caíram 2,8%, para US$ 80 (R$ 448) nos negócios pré-mercado, em meio a uma queda dos mercados em geral.

Pílulas como a droga da MSD, molnupiravir, e uma droga rival que está sendo desenvolvida pela Pfizer foram consideradas potenciais modificadoras do jogo, pois podem ser tomadas em tratamento precoce em casa para evitar internações e mortes.

Dados da pesquisa da Pfizer, depois de análises de um estudo envolvendo 1.200 participantes, mostraram uma redução de 89% no risco de internações e mortes relacionadas ao coronavírus, comparadas com um placebo.

A MSD pediu autorização nos Estados Unidos para o molnupiravir em 11 de outubro, depois dos dados provisórios. A companhia disse na sexta que os dados sobre o medicamento, desenvolvido com a Ridgeback Biotherapeutics, foram apresentados à FDA antes da reunião.

O ramo do estudo que tomou o molnupiravir teve um índice de hospitalizações e mortes de 6,8%, segundo os dados atualizados. O grupo do placebo teve uma taxa de 9,7%. Um paciente no grupo do medicamento morreu, contra nove no grupo do placebo.

A MSD está em conversas avançadas com a Fiocruz, desde janeiro de 2021, para definir um modelo de cooperação técnica por meio de seu Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz).

As negociações em andamento entre a Fiocruz e a MSD incluem a possibilidade de estudos futuros para avaliar o antiviral no enfrentamento de outras infecções virais, como dengue e chikungunya.

O medicamento, desenvolvido pela MSD em colaboração com a Ridgeback Biotherapeutics, já tem aprovação no Reino Unido e uma recomendação prévia favorável dada pela agência regulatória europeia de medicamentos, a EMA (European Medicines Agency).

Também já foi submetido pela MSD a outras agências regulatórias, como FDA, EMA e Agência Japonesa de Produtos Farmacêuticos e Dispositivos Médicos.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves​

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