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AGU pede ao STF revogação do passaporte da vacina para entrar no Brasil

Órgão que faz a defesa judicial do governo quer que seja autorizado ingresso no país de quem cumprir quarentena

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Brasília

A AGU (Advocacia-Geral da União) recorreu e pediu ao ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), que revogue a própria decisão de exigir o passaporte de vacinação a pessoas que desembarcam no Brasil pela via aérea.

O órgão que faz a defesa judicial do governo solicita que "brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil possam regressar ao país na hipótese de não portarem comprovante de imunização, desde que cumpram com a quarentena".

Saguão do terminal 3 do aeroporto de Guarulhos, em SP
Saguão do terminal 3 do aeroporto de Guarulhos, em SP - Eduardo Anizelli - 29.out.2021/Folhapress

A AGU também solicita que Barroso esclareça o alcance da sua decisão. O magistrado estabeleceu que a quarentena como alternativa à vacinação só pode ser exigida em casos excepcionais: para quem não tomou vacina por motivos médicos ou veio de país onde comprovadamente não haja imunizante disponível.

O recurso é assinado pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco, que é uma pessoa muito próxima do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O órgão também pede que seja aceita a entrada no país de pessoas que cumpram a quarentena e apresentem comprovação de que contraíram a Covid-19 e se curaram da doença.

"Trata-se de uma forma de certificação da condição imunológica das pessoas que é aceita em diversos países para viabilizar a circulação de pessoas não vacinadas", disse.

A AGU também classifica a decisão como exagerada.

"Ao que tudo indica, porém, essa restrição de entrada impõe ônus desproporcionais ao cidadão brasileiro proveniente do exterior e também ao estrangeiro residente no Brasil –protegidos expressamente pela redação do artigo 5º, caput, da Constituição– impedindo-os de regressar ao país de domicílio", afirmou.

E completa: "Trata-se de uma forma de evitar que brasileiros e estrangeiros ainda não imunizados não sofram um tratamento jurídico excessivamente gravoso, buscando –tal como outros países do mundo– um equilíbrio reflexivo entre a necessidade de controle da pandemia e a efetividade do direito fundamental à circulação".

A AGU também requer que Barroso corrija "erros materiais" na sua decisão em referência a artigos da portaria que trata do tema que estão em vigência.

A decisão de Barroso será submetida a julgamento no plenário virtual do STF de quarta-feira (15) a quinta-feira (16).

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