Descrição de chapéu Coronavírus genética

Cientistas identificam novas diferenças genéticas em pacientes graves de Covid

A partir dos dados, é possível desenvolver tratamentos para pessoas muito doentes

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Manas Mishra
Reuters

Cientistas identificaram 16 novas variantes genéticas em pessoas que desenvolveram Covid-19 grave em um grande estudo publicado nesta segunda-feira (7) que poderá ajudar os pesquisadores a desenvolver tratamentos para pacientes muito doentes.

Os resultados sugerem que as pessoas com Covid grave têm genes que as predispõem a um de dois problemas: falha em limitar a capacidade do vírus de fazer cópias de si mesmo ou inflamação excessiva e coagulação do sangue.

Os cientistas disseram que suas descobertas, publicadas na revista Nature, poderão ajudar a priorizar os prováveis tratamentos que podem funcionar contra a doença. Com o tempo, as informações podem até ajudar a prever quais pacientes tendem a ficar gravemente doentes.

Profissionais de saúde fazem exame para detectar Covid em pessoas em Pequim, na China - Tingshu Wang - 23.fev.2022/Reuters

"É possível que no futuro possamos fazer previsões sobre pacientes com base em seu genoma no ponto de apresentação (para) cuidados intensivos", disse Kenneth Baillie, consultor em medicina de cuidados intensivos na Universidade de Edimburgo, na Escócia, e um dos autores do estudo.

A análise genética de quase 56 mil amostras de pessoas na Grã-Bretanha mostrou diferenças em 23 genes de pacientes com Covid-19 que ficaram gravemente doentes, quando comparados com o DNA de outros grupos participantes do estudo, incluindo 16 diferenças que não haviam sido identificadas anteriormente.

As novas descobertas podem ajudar a orientar os cientistas na busca por medicamentos existentes que possam ser úteis no tratamento da Covid-19.

Por exemplo, os pesquisadores descobriram mudanças nos principais genes que regulam o nível do fator VIII, uma proteína envolvida na formação de coágulos sanguíneos.

"A coagulação do sangue é uma das principais razões pelas quais os pacientes de Covid desenvolvem falta de oxigênio. Portanto, isso é potencialmente direcionável para impedir a formação desses coágulos", disse Baillie.

Mas "não podemos saber se esses medicamentos funcionarão até experimentá-los em pessoas", acrescentou.

Um dos genes descobertos anteriormente, o TYK2, é alvo do medicamento para artrite baricitinibe, da Eli Lilly, que está sendo estudado como tratamento para Covid-19.

Foi demonstrado na semana passada em um teste que o medicamento reduz em 13% o risco de morte e hospitalização em pacientes com Covid-19.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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