Descrição de chapéu Folhajus Prevent Senior

CPI da Prevent Senior chega ao fim e acusa 20 pessoas por 52 crimes

Relatório sobre as investigações será entregue ao Ministério Público; empresa contesta o documento

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A CPI da Prevent Senior acusou 20 pessoas por 52 crimes em relatório final das investigações apresentado durante última sessão realizada nesta segunda-feira (4) na Câmara Municipal de São Paulo.

Na lista de acusados estão os donos da operadora de saúde, os irmãos Fernando e Eduardo Parrillo, o ex-diretor-executivo Pedro Benedito Batista Júnior, além de outros seis integrantes do pentágono, nome dado à cúpula da empresa.

Os donos foram acusados pelo crime de omissão de socorro. Eduardo Parrillo também deve responder por crime contra a humanidade, segundo o relatório da CPI, pelo fato de ter participado do estudo sobre a falsa eficácia da cloroquina no tratamento de pacientes com sintomas de Covid-19.

Eles foram convocados para prestar esclarecimentos na CPI, mas faltaram duas vezes. A CPI recebeu 18 habeas corpus que garantiram aos depoentes o direito de não responder a todas as perguntas dos vereadores.

Fachada do hospital Sancta Maggiori da Prevent Senior na rua Maestro Cardin no Paraiso.
CPI da Prevent Senior chega ao fim com 20 pessoas acusadas por 52 crimes - Rubens Cavallari 20.mar.20/Folhapress

O mesmo estudo embasou a acusação dos médicos Rodrigo Barbosa Esper e Fernando Terchi Costa Oikawa de pôr a saúde de terceiros em perigo e por crime contra a humanidade. Os profissionais também elaboraram o protocolo que indicava a prescrição do kit Covid a pacientes com sintomas da doença.

Procurada, a empresa Prevent Senior contestou o relatório e afirmou que "tem total interesse em que investigações técnicas, sem contornos políticos, possam restabelecer a verdade dos fatos".

A prescrição do kit Covid a pacientes da operadora de saúde foi alvo de investigação do Ministério Público que assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a empresa para garantir a descontinuidade da distribuição dos medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença.

Por terem prescrito o kit Covid e participado do estudo, a CPI também indiciou outros 15 médicos por perigo para a vida ou saúde de terceiros e por crime contra a humanidade.

O relatório da CPI será enviado nos próximos dias ao Ministério Público que irá decidir sobre a continuidade do processo. "O relatório mostra que a empresa estava montada para coibir a autonomia médica e prescrever medicamentos sem eficácia comprovada", diz o presidente da CPI, o vereador Antonio Donato (PT).

A CPI da Prevent Senior propôs à prefeitura uma série de fiscalizações em relação à situação fiscal, trabalhista e operacional da empresa. "A Secretaria Municipal de Saúde tem que melhorar a fiscalização dos hospitais", disse Donato que frisou a falta de fiscalização da administração municipal em relação à situação cadastral dos prédios da operadora.

Segundo o vereador Paulo Frange (PTB), relator da CPI, metade dos 14 hospitais da Prevent Senior em São Paulo está irregular e funciona sob liminar da Justiça.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.