Casos de varíola dos macacos superam 700 no mundo, segundo CDC

Nos EUA, todas as pessoas que contraíram a doença estão se recuperando ou já foram curadas

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Washington | AFP

Os Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos disseram nesta sexta-feira (3) que têm conhecimento de mais de 700 casos de varíola dos macacos em todo o mundo, 21 deles no próprio país, onde as pesquisas sugerem que já existe transmissão comunitária da doença.

Dezesseis dos primeiros 17 casos nos Estados Unidos envolvem pessoas que se identificam como homens que praticam relações sexuais com outros homens, segundo o novo relatório do CDC, e 14 deles estariam relacionados com viagens ao exterior.

No país, todas as pessoas que contraíram a doença estão em vias de recuperação ou já foram curadas.

Imagem de vírus da varíola dos macacos feita com micróscópio em 2004 por agência do governo alemão - Freya Kaulbars/RKI Robert Koch Institute/AFP

"Também há alguns casos nos EUA que sabemos que estão vinculados a outros casos conhecidos", afirmou Jennifer McQuiston, vice-diretora da Divisão de Patógenos e Patologia de Alta Consequência dos CDC. "Além disso, há pelo menos um caso nos EUA que não está relacionado a viagens e do qual não sabemos como foi adquirida a infecção."

A varíola dos macacos é uma doença rara relacionada com a varíola humana, mas menos grave que esta. Seus principais sintomas são lesões na pele, febre, calafrios e dores no corpo, entre outros.

Geralmente restrita a países da África central e ocidental, a doença tem sido diagnosticada na Europa desde o mês passado, e o número de países afetados vem crescendo desde então.

O principal fator de risco de contágio é o contato pele com pele com alguém que apresente as lesões características da doença.

Raj Panjabi, diretor-sênior da Divisão de Biodefesa e Segurança Sanitária da Casa Branca, acrescentou que 1.200 vacinas e 100 cursos de tratamentos foram distribuídos aos estados americanos, onde estão sendo oferecidos a contatos próximos de pessoas infectadas.

Existem duas vacinas autorizadas no país: ACAM2000 e Jynneos, que originalmente foram desenvolvidas contra a varíola humana. Apesar de esta doença ter sido erradicada, os Estados Unidos mantêm vacinas em um reserva estratégica para o caso de uso como arma biológica.

A Jynneos é a mais moderna das duas, com menos efeitos colaterais.

"Seguimos tendo vacinas disponíveis mais que o suficiente", assinalou aos jornalistas Dawn O'Connell, secretário-adjunto para Preparação e Resposta do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA.

No fim de maio, os CDC afirmaram que tinham 100 milhões de doses da ACAM200 e mil doses da Jynneos disponíveis, mas O'Connell disse nesta sexta-feira que esses números mudaram, porém não poderia divulgar as quantidades exatas por motivos estratégicos.

Os CDC também autorizaram dois antivirais usados para o tratamento contra a varíola humana, TPOXX e Cidofovir, para serem reaproveitados para o tratamento da varíola dos macacos.

"Qualquer um pode pegar a varíola dos macacos e estamos monitorando cuidadosamente os casos que podem estar sendo transmitidos em qualquer população, inclusive entre aqueles que não se identificam como homens que mantêm relações sexuais com outros homens", afirmou McQuiston.

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