A xepa de vacina contra a Covid-19, ou seja, o uso de doses que sobram no fim do dia, voltará às unidades de saúde da cidade de São Paulo. A medida foi anunciada na noite desta terça-feira (19) pela prefeitura e será adotada, a partir desta quarta (20), no início da imunização de crianças de 3 e 4 anos.
Por enquanto, a vacinação contra o novo coronavírus nessa faixa etária na capital paulista será para quem tem comorbidades ou deficiência permanente (física, sensorial ou intelectual), além de indígenas. A estimativa é que cerca de 15 mil crianças façam parte do grupo, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
Entretanto, a pasta diz que pais ou responsáveis podem inscrever as demais crianças de 3 e 4 anos nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) à espera de vacinas remanescentes.
Para isso, é preciso deixar telefone para contato e morar próximo ao posto médico ou que a criança esteja matriculada em escola na vizinhança, porque, se próximo do horário de fechamento da unidade sobrarem doses nos fracos, os responsáveis serão chamados para a vacinação no próprio dia.
Abertos os frascos, as doses vencem depois de oito horas, por isso o chamado a quem está inscrito para aplicação do que sobrar.
Para que a criança receba a vacina, os responsáveis deverão levar documento de identificação (preferencialmente com CPF) do menor, segundo a prefeitura.
No caso de comorbidades, é necessário apresentar comprovante como receitas ou relatórios físicos ou digitais, desde que haja identificação do paciente, CRM com carimbo do médico e na validade de dois anos de emissão.
O esquema vacinal indicado com a Coronavac é igual ao do restante da população: mesma dosagem e intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda dose.
O uso emergencial da vacina Coronavac para quem tem 3 ou 4 anos foi autorizado pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) no último dia 13. A vacinação foi recomendada pelo Ministério da Saúde dois dias depois.
Na capital paulista, a prefeitura disse que há 314 mil crianças da nova faixa etária aptas a serem vacinadas. No estado, são cerca de 1,1 milhão de crianças.
Nesta terça (19), o Ministério da Saúde afirmou que o governo federal planeja remanejar as doses de Coronavac entre os estados para possibilitar a vacinação de crianças de 3 e 4 anos contra a Covid, numa tentativa de garantir o abastecimento de unidades da Federação que reclamam da falta de imunizantes para atender esse público-alvo.
Desde que o uso da Coronavac foi liberado pela Anvisa, algumas unidades da Federação afirmaram que não têm doses suficientes para dar início à vacinação do novo público-alvo. São cerca de 5,6 milhões de crianças de 3 e 4 anos no país.
Na capital paulista, desde sexta passada (15), crianças podem tomar a vacina contra a Covid-19 junto com outros imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação. Até então, era preciso esperar ao menos 15 dias. A Secretaria Municipal da Saúde diz que fez a mudança após recomendação do Ministério da Saúde.
A expectativa da pasta municipal é que com essa nova regra haja ampliação da cobertura vacinal de outras doenças, uma vez que, quando a criança for imunizada contra a Covid, já poderá ter a carteirinha de vacinação atualizada.
Segundo balanço divulgado nesta terça pela prefeitura, 93,9% das crianças entre 5 e 11 anos já tomaram a primeira dose da vacina contra o coronavírus na cidade de São Paulo. A cobertura com a segunda dose alcançou 73,1% do público-alvo, estimado em cerca de 1,1 milhão de pessoas.
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