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Casos de Covid crescem em SP e mais três estados, aponta Fiocruz

Boletim alerta para a possibilidade de haver dois picos da doença por ano; relação com novas linhagens do vírus não é certa

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São Paulo

O número de casos de Covid-19 voltou a aumentar na população adulta dos estados de São Paulo, Amazonas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, informou nesta quinta-feira (10) o novo boletim InfoGripe, da Fiocruz.

Segundo o coordenador do levantamento, Marcelo Gomes, ainda não é possível afirmar que esse crescimento esteja relacionado especificamente com a recente identificação de novas sublinhagens da ômicron em alguns locais do país.

Fila de vacinação contra a Covid-19 na UBS Nossa Senhora do Brasil, na Bela Vista, região central de São Paulo
Fila de vacinação contra a Covid-19 na UBS Nossa Senhora do Brasil, na Bela Vista, região central de São Paulo - Danilo Verpa - 9.nov.22/Folhapress

O relatório informa que o aumento dos casos é mais perceptível na faixa etária a partir dos 18 anos. A exceção é o Rio Grande do Sul, que apresenta essa tendência apenas a partir de 60 anos.

"Como os dados laboratoriais demoram mais a entrar no sistema, é esperado que os números de casos das semanas recentes sejam maiores do que o observado nesta atualização, podendo inclusive aumentar o número de estados em tal situação", explica o pesquisador da Fiocruz.

Gomes destaca a possibilidade de a Covid-19 ter dois picos de casos durante o ano, diferentemente de outras doenças respiratórias.

"Diferentemente do influenza [vírus da gripe] e de outros vírus respiratórios com tipicamente um pico por ano, a Covid-19 pode estar se encaminhando para uma realidade na qual a gente tenha que conviver com dois momentos do aumento da sua circulação", reforça Gomes.

Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, o levantamento mostra que o resultado positivo para vírus respiratórios foi de 14,8% para influenza A; 0,5% para influenza B; 26,1% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 36,9% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de 10,4% para influenza A; 0,0% para influenza B; 0,0% para VSR; e 74,6% Sars-CoV-2 (Covid-19).

Outro ponto do boletim destaca que o aumento dos casos de Covid-19 provocaram uma queda na incidência de gripe em São Paulo. Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, que também haviam apresentado aumento de influenza, mantêm redução desse vírus sem que tenha gerado impacto significativo nas SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).

Dez das 27 unidades federativas apresentam crescimento moderado de SRAG na tendência de longo prazo: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Na maioria desses estados, o crescimento se concentra fundamentalmente entre crianças e adolescentes.

Nos estados do Alagoas, Amazonas, Rio de Janeiro e Pernambuco, no entanto, o crescimento ocorreu também na população adulta e nas faixas etárias acima dos 60 anos. No Amazonas e no Rio de Janeiro, é possível observar aumento nos casos positivos para Covid-19 na população adulta, sugerindo associação com o aumento de casos de SRAG indicado.

Nos outros estados, os dados laboratoriais ainda não permitem inferir se há predomínio de um vírus específico nessa tendência de aumento recente. No Rio Grande do Sul e São Paulo, também se observa aumento de casos positivos para Covid-19 na população adulta, porém sem refletir em aumento de casos de SRAG no agregado estadual até a presente atualização.

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