Descrição de chapéu Coronavírus

Covid e Mpox podem deixar de ser emergências de saúde em 2023

Fases mais perigosas das doenças já ficaram para trás, segundo OMS

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AFP e Reuters
Genebra (Suíça)

A OMS (Organização Mundial da Saúde) indicou nesta quarta-feira (14) que espera que a Covid-19 e a Mpox deixem de ser emergências de saúde pública em 2023, já que ambas as doenças deixaram para trás suas fases mais perigosas.

No momento em que se aproxima o terceiro aniversário do surgimento do novo coronavírus, a entidade assinalou que a Covid veio para ficar, mas que deve ser gerenciada em conjunto com outras doenças respiratórias.

O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o número de mortes semanais por Covid-19 era cerca de um quinto da cifra de um ano antes.

Paciente com Covid-19 internado em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Iamspe ((Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo) - Rubens Cavallari - 12.dez.20/Folhapress

"Na semana passada, menos de 10 mil pessoas morreram (por Covid). Ainda são 10 mil mortes a mais e os países ainda podem fazer muito para salvar vidas", declarou Tedros em entrevista coletiva.

"Mas percorremos um longo caminho. Temos esperança de que em algum momento no próximo ano possamos dizer que a Covid-19 não é mais uma emergência de saúde global", afirmou.

Tedros disse, ainda, que o comitê de emergência da OMS, que o assessora em suas declarações de emergências de saúde pública de interesse internacional (PHEIC, na sigla em inglês), começará a discutir em janeiro como será o fim da fase de emergência.

O órgão da OMS se reúne a cada poucos meses para decidir se o novo coronavírus, que surgiu há três anos em Wuhan, na China, e matou mais de 6,6 milhões de pessoas, ainda representa uma "emergência de saúde pública de interesse internacional".

A designação visa desencadear uma resposta internacional coordenada e pode desbloquear financiamento para colaborar no compartilhamento de vacinas e tratamentos.

"Este vírus não vai desaparecer. Veio para ficar e todos os países terão de aprender a lidar com ele, assim como com outras doenças respiratórias", lembrou Tedros, insistindo em que ainda há muita incerteza e que em países de baixa renda apenas 1 em cada 5 pessoas foi vacinada.

Maria van Kerkhove, que lidera a parte técnica da gestão da Covid na OMS, explicou que o comitê irá analisar a epidemiologia, as variantes e o impacto do vírus.

Embora ainda se esperem ondas de contágios, a pandemia "não é o que era no começo", e as infecções já não geram tantas internações ou mortes, disse Maria. "Essas mortes acontecem, em sua maioria, entre pessoas que não foram vacinadas" ou não receberam o esquema de imunização completo, acrescentou ela.

Embora 13 bilhões de vacinas tenham sido aplicadas no mundo, cerca de 30% da população ainda não recebeu nenhuma dose, ressaltou Maria.

Investigar a origem

Quase 650 milhões de casos confirmados e mais de 6,6 milhões de mortes foram reportados à OMS, embora a agência da ONU reconheça que o número real é muito mais elevado.

Para Tedros, agora que o mundo vislumbra o fim da emergência sanitária, é necessário entender como a pandemia começou. "Continuamos pedindo à China que compartilhe os dados e realize os estudos que solicitamos para entender melhor as origens desse vírus."

"Todas as hipóteses permanecem sobre a mesa", acrescentou o diretor, entre as quais a teoria de que o vírus vazou de um laboratório de virologia localizado em Wuhan.

O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, argumentou que a organização não poderia simplesmente deixar de trabalhar com Pequim porque "não cooperam" com a investigação, uma vez que uma parcela importante da população mundial vive na China.

Esperança de novas vacinas

O diretor da OMS destacou que o vírus não irá desaparecer. "Veio para ficar, e todos os países terão que aprender a lidar com ele, assim como com outras doenças respiratórias."

A diretora de Vacinas da OMS, Kate O'Brien, afirmou que os fármacos disponíveis não previnem a infecção no nível esperado. "O benefício dessas vacinas é majoritariamente sobre a proteção diante da doença", ressaltou Kate, que pediu mais pesquisas.

"Gostaríamos muito de ter vacinas que fossem mais eficazes contra a infecção e transmissão e que oferecessem uma proteção mais duradoura", expressou a diretora.

Quanto à Mpox (novo nome da varíola dos macacos), mais de 82 mil casos foram relatados em 110 países desde que a emergência foi declarada, em julho, embora a mortalidade permaneça muito baixa, com apenas 65 óbitos.

"Felizmente, o número de casos caiu mais de 90%", disse o diretor da OMS. "Se esta tendência continuar, esperamos que no próximo ano também possamos declarar o fim desta emergência", acrescentou.

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