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Paxlovid, remédio da Pfizer para Covid, é vendido em farmácia por quase R$ 5.000

Empresa diz que imposto representa cerca de 32% do preço do medicamento

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São Paulo

O Paxlovid, antiviral para tratamento da Covid-19 fabricado pela Pfizer, já começou a ser comercializado em redes de farmácias brasileiras com o preço máximo de R$ 4.856,73. Esse valor pode variar a depender do ponto de venda em do medicamento, completa a farmacêutica.

No site da Drogasil, por exemplo, uma caixa do remédio com 30 comprimidos era vendida por 4.613,89 na tarde desta quarta (11). O valor, no entanto, apresenta um desconto, já que é possível observar que o preço praticado pela farmácia atinge o valor máximo divulgado pela fabricante.

Em nota à Folha, a Pfizer disse que cerca de 32% do valor do Paxlovid é de impostos. Além disso, a empresa afirmou que o preço de fábrica é de R$ 3.615. Questionada a respeito da quantidade de exemplares disponibilizados no país, a farmacêutica limitou-se a dizer que contava com capacidade de produção para o Brasil e que iria disponibilizar o remédio com base na demanda nacional.

O remédio contra Covid da Pfizer, Paxlovid, em caixas no hospital da Misericórdia, em Grosseto, na Itália - Jennifer Lorenzini - 8.fev.22/Reuters

O antiviral recebeu autorização de venda em farmácias brasileiras em novembro pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Naquele momento, a Pfizer não tinha uma estimativa de quanto o remédio custaria no país —informações divulgadas pela Reuters em fevereiro indicavam que cada tratamento do remédio custou ao governo americano cerca de US$ 530 (aproximadamente R$ 2.800).

Vendido somente com prescrição médica, o uso do Paxlovid é feito por via oral e é indicado para adultos que não se encontram sob uso de oxigenação, mas que correm o risco de evoluir para quadros graves de Covid-19.

O comprimido é composto de dois antivirais: nirmatrelvir e ritonavir. O remédio age na redução da atividade da enzima 3LC, associada à replicação viral do Sars-CoV-2. O resultado é o controle da replicação do vírus nas células humanas.

Pesquisas já concluíram a eficácia do remédio. Segundo a Pfizer, um dos estudos observou que o fármaco, administrado até cinco dias após o início dos sintomas, reduz em até 89% o risco de hospitalização ou morte em pacientes com formas leves ou moderadas de Covid que tenham ao menos um fator de risco de evolução para quadros graves.

Por outro lado, um estudo pôs em xeque a eficácia do remédio para o atual cenário da pandemia com larga disseminação de subvariantes da ômicron. A pesquisa, publicada na revista BMJ Evidence-Based Medicine, fez uma revisão de literatura de artigos já publicados.

Os autores concluíram que a droga tinha eficácia em evitar 1 hospitalização a cada 18 casos diante um cenário de circulação da delta, considerada uma variante agressiva. A ômicron e suas subvariantes, com uma capacidade mais baixa de causar quadros graves, também fez parte da análise. A expectativa era que o Paxlovid diminuísse ainda mais as internações, só que isso não foi visto. Na realidade, o antiviral evitou 1 uma hospitalização a cada 42 casos.

SUS

Antes do mercado privado, o Paxlovid já havia sido disponibilizado no SUS (Sistema Único de Saúde) desde março de 2022. Mas os serviços públicos de saúde demoraram para receber os primeiros tratamentos: foi só em setembro que o primeiro lote com 50 mil unidades chegou ao país.

A Pfizer esclarece que outro lote com a mesma quantidade deve chegar até o final de janeiro.

A Folha entrou em contato com o Ministério da Saúde a fim de entender como se encontra o estoque do Paxlovid no país. A pasta, no entanto, não respondeu aos pedidos.

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