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Brasil tem quase 17 milhões de adultos vivendo com diabetes

Edição da newsletter Cuide-se analisa o ritmo de crescimento alarmante da doença

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São Paulo

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A edição de hoje é sobre diabetes, doença que atinge milhões de pessoas no Brasil e no Mundo.

Explico o que você precisa saber sobre a condição. Um aviso: o melhor remédio é a prevenção.

Mão branca com um pouco de sangue no dedo indicador e uma aparelho medidor de insulina ao lado.
O Brasil é o 5º país do mundo com maior incidência de diabetes, segundo o IDF Diabetes Atlas. - Agência Brasil

Cresce população com diabetes no mundo

O diabetes é um problema global. A última estimativa, feita de 2019 a 2021, apontou 537 milhões de pessoas com a doença em todo o mundo, salto de 16% em relação ao período anterior. Até 2050, o mundo pode ter 1,3 bilhão de pessoas com diabetes.

No Brasil, são 16,8 milhões de adultos convivendo atualmente com a doença, ou cerca de 9,14% de sua população acima de 18 anos. Os dados são da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) 2021

Associações médicas e organizações, porém, afirmam que esses números devem ter piorado no período pós pandemia.

Antes de mostrar os motivos desse aumento, preciso explicar os tipos da doença:

  • O diabetes tipo 1 é a condição genética em que o corpo não produz naturalmente insulina;

  • O tipo 2 é causado pela hiperglicemia (aumento da taxa de glicose no sangue) associado à chamada síndrome metabólica (sobrepeso, colesterol alto e diabetes).

Em geral, esse segundo tipo é o principal fator de risco para outras doenças e, junto ao sobrepeso e colesterol alto, aumentam a incidência de doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no país.

Como consequência, o diabetes é a principal causa de internações por causas preveníveis no sistema de saúde público, gerando custos que podem chegar a R$ 27 bilhões em 2030.

É importante lembrar que o diabetes, além de ser fator de risco para outras doenças, pode levar a condições mais sérias como falência renal e amputação dos pés, se não controlado.

Por que temos mais doentes? Especialistas apontam fatores como aumento no consumo de alimentos industrializados, com alto teor de açúcar e gordura. Outro ponto elencado é a falta de procura por diagnóstico durante os anos mais críticos da pandemia.

Remédios

Desde 2021, novas drogas para controle de diabetes se popularizaram. Dificilmente você não ouviu falar sobre Ozempic e Wegovy, que atuam também na redução do sobrepeso associado à doença.

  • Eles são produzidos a partir do mesmo composto, a semaglutida;

  • Os dois remédios foram indicados para reduzir o nível de açúcar no sangue.

No Brasil, o Wegovy recebeu aprovação da Anvisa apenas para o tratamento de obesidade.

Importante: existem efeitos colaterais ligados ao uso dessas substâncias. Os principais são náuseas, diarreia, perda de musculatura (além de gordura), perda de apetite, cansaço, abatimento, alterações nas expressões faciais ("rosto de Ozempic") e até "enrijecimento" do estômago, um efeito colateral raro, porém grave.

  • A repórter Danielle Castro explica aqui (em vídeo) como o Ozempic funciona e quais os seus efeitos colaterais.

Os órgãos de saúde internacionais investigam ainda se há associação do uso desses medicamentos com ideação suicida.

Segundo a fabricante, Novo Nordisk, a empresa está trabalhando com a agência regulatória europeia e diz que a segurança do paciente é uma prioridade.

De qualquer forma, o custo elevado dessas terapias e o fato de serem recentes ainda no mercado podem dificultar o seu acesso amplo.

Prevenção

Mais barata e eficaz, a prevenção é a melhor maneira para evitar o diabetes. O que fazer? Duas regras simples…

  1. Manter uma dieta equilibrada, com um baixo consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados e consumo elevado de frutas e verduras;
  2. Praticar exercícios regularmente são eficazes não só para a prevenção do diabetes mas também como proteção para outras doenças, como doenças cardíacas, doença da gordura no fígado e até demência.

CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e bem-estar

  • Tem lactobacilos vivos aí? O consumo de probióticos, microrganismos essenciais para a flora intestinal, pode ajudar a reduzir a perda cognitiva em pacientes com demência. Consumir probiótico lactobacillus por três meses reduz o declínio cognitivo em comparação àqueles que não o fizeram, mostrou apresentada no congresso Nutrition 2023.

  • Defesa imunológica ataca infecção, mas leva à perda de peso Pesquisadores do Instituto Salk avaliaram camundongos e viram que a perda de peso causada por uma infecção bacteriana ocorre em dois momentos: pelas células de defesa T CD4+, que reduzem a taxa de gordura, e CD8+, que levam à perda de massa muscular. A descoberta pode levar a novas drogas para controlar a perda de peso provocada por infecções.

  • DNA no ar? Em uma tentativa de mapear as espécies existentes em uma floresta na Dinamarca, cientistas da Universidade de Copenhagen criaram um teste que identifica o material genético de organismos em suspensão no ar. As moléculas podem ajudar na detecção da biodiversidade, indicando espécies ainda desconhecidas para a ciência, e ajudar a monitorar a presença de certas espécies ameaçadas em habitats naturais.

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