Transtorno por consumo de Cannabis é comum entre usuários, segundo estudo

Estudo coletou dados de quase 1.500 pacientes no estado de Washington, nos EUA

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Matt Richtel
The New York Times

Mais de um quinto das pessoas que usam maconha (ou Cannabis) luta contra a dependência ou o uso problemático, segundo estudo publicado na última terça-feira (29) na revista The Journal of the American Medical Association Network Open.

A pesquisa concluiu que 21% das pessoas no estudo tinham algum grau de transtorno por consumo de Cannabis (CUD na sigla em inglês), que os médicos caracterizam genericamente como um consumo problemático de maconha que provoca uma variedade de sintomas, como problemas sociais e ocupacionais recorrentes, indicando incapacidade e perturbação. No estudo, 6,5% dos usuários sofriam transtorno de moderado a grave.

Homem segura um cigarro de maconha ao lado de u ma mesa com dois pacotes da erva
Pesquisa realizada com usuários de maconha nos EUA mostra que mais de um quinto sofre de dependência ou uso problemático - T.J. Kirkpatrick - 26.fev.15/NYT

Os consumidores de maconha que têm dependência mais grave tendem a ser usuários recreativos, enquanto o uso menos grave, mas ainda assim problemático, foi associado quase igualmente ao consumo médico ou recreativo. Os sintomas mais comuns entre ambos os grupos foram aumento da tolerância, desejo intenso de consumir e aumento descontrolado do uso de Cannabis.

Plano de fundo

O uso de maconha está aumentando em todos os Estados Unidos à medida que mais estados a legalizam. As novas descobertas estão alinhadas com pesquisas anteriores, que concluíram que cerca de 20% dos usuários desenvolvem transtorno por uso de Cannabis. A condição pode ser tratada com desintoxicação e abstinência, terapias e outros tratamentos que funcionam para comportamentos de dependência.

O novo estudo coletou dados de quase 1.500 pacientes de cuidados primários no estado de Washington, onde o uso recreativo é legal, na tentativa de explorar a prevalência do transtorno por uso de Cannabis entre usuários médicos e não médicos. A pesquisa descobriu que 42% dos usuários se identificaram apenas como usuários medicinais, 25%, como usuários não medicinais e 32%, como usuários recreativos e medicinais.

O que vem a seguir

"Os resultados aqui ressaltam a importância de se avaliar o uso de Cannabis pelos pacientes e os sintomas de transtorno em ambientes médicos", concluiu o estudo. Essa descoberta é consistente com pesquisas anteriores que instaram as pessoas a aprenderem sobre os riscos de desenvolver transtorno por uso de maconha, especialmente "aquelas que começam precocemente e a usam com frequência durante a adolescência".

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