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Número de fumantes cai no Brasil, mas cresce uso de vape entre jovens

Edição da newsletter Cuide-se explica riscos do tabagismo à saúde

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São Paulo

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Edição de hoje é sobre como evoluímos no combate ao cigarro ao mesmo tempo em que o fumo eletrônico não para de crescer. Mostro os riscos e os efeitos (não só nos fumantes) que tabaco causa.

Pesquisadores analisaram a interação entre tabagismo e HPV
Pesquisadores analisaram a interação entre tabagismo e HPV - Wirestock/Freepik

Quem ainda fuma no Brasil?
Ainda me lembro das propagandas de cigarro na TV, sempre com uma aura provocativa nos anos 1990. É verdade que os maços já tinham tarjas indicando os efeitos adversos relacionados ao tabagismo, consequência do processo bilionário que levou a indústria do tabaco a indenizar governos por omitir os riscos à saúde do cigarro. Pode até ser, mas fumar, naquela época, ainda era sinônimo de status.

Felizmente, aos poucos, a pressão coletiva levou à redução no consumo. O Brasil é um dos países reconhecidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) por ter implementado as medidas de combate ao tabagismo.

Segundo os dados do Vigitel (Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), o número de fumantes com 18 anos ou mais de idade caiu nos últimos anos, passando de 15,7%, em 2006, para 9,1%, em 2021.

Sim, mas… Outras formas de consumo têm crescido entre os jovens no Brasil.

O fenômeno de crescimento do uso de vape no Brasil foi tema de reportagem da Folha em julho. Houve aumento no número de usuários, de 500 mil, em 2018, para 2,2 milhões, em 2022.

Vale lembrar que o consumo é proibido no país e, como o mercado é ilegal, não há controle de quais substâncias existem dentro dos dispositivos vendidos.

À repórter Isabella Menon, o pneumologista Fred Fernandes, que atua no InCor (Instituto do Coração), disse ser falsa a ideia de que o cigarro eletrônico é mais saudável. "O vape cria novos consumidores", afirma. "Faz mal às vias respiratórias e ao coração. É trocar uma substância tóxica por outra sem tratar a dependência."

Há estudos que mostram que ele é tão ou mais prejudicial à saúde que os cigarros convencionais.

Para não esquecer...

Quatro coisas que você precisa saber sobre fumar.

  1. É uma das principais causas de mortes evitáveis —cerca de 8,7 milhões de pessoas morrem todos os anos por fumar e 1,2 milhão morre pelos efeitos do fumo passivo;

  2. Pesquisas mostram a associação do cigarro a doenças cardiovasculares, câncer (não só de pulmão), hipertensão, obesidade e Alzheimer;

  3. O consumo de cigarro e vapes pode levar a perdas econômicas, sendo que 8% da renda dos brasileiros no país é comprometida pelo tabagismo, diz pesquisa do Inca (Instituto Nacional do Câncer);

  4. O governo brasileiro gastou R$ 1,3 bilhão só em 2019 com os custos relacionados ao câncer de pulmão, sejam eles diretos ou indiretos.

Para compartilhar…

Um webstories (veja aqui) com dicas para quem ainda não parou de fumar. Clique abaixo e compartilhe.

CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e ciência

  • Pesquisa desvenda motivo de infertilidade masculina. Um estudo desenvolvido no Instituto Stowers de Pesquisa Médica, em Kansas City, e do Centro Wellcome de Biologia Celular, na Escócia, identificou que alguns homens não produzem espermatozoides por erros no processo de meiose, a divisão celular responsável pela produção de gametas. Assim, o uso da edição gênica pode ajudar a corrigir esse problema. A pesquisa foi publicada na revista Science Advances.

  • Químicos "eternos" elevam risco de câncer de tireoide. Os PFAs (substâncias per e polifluoroalquil), também chamados produtos químicos "eternos", classificados como aqueles com alto potencial de migrar para o solo, água e ar, estão associados ao risco elevado de desenvolvimento de câncer de tireoide, mostra pesquisa do Hospital Mount Sinai, em NY, divulgada na revista eBioMedicine, do grupo Lancet.

  • Edição gênica como terapia para câncer raro de cérebro. Pesquisadores do Hospital para Mulheres Brigham, em Massachusetts, realizaram com sucesso uma terapia gênica para o tratamento de glioblastoma, um tipo de tumor agressivo cerebral que é resistente a muitas terapias convencionais. Com a modificação do DNA, as células do sistema imune podem detectar o tumor e atacá-lo. A pesquisa foi publicada na revista Nature.

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