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EUA propõem reclassificar a maconha como droga de baixo risco

Desde 1970, a Cannabis pertencente à Lista I, juntamente com a heroína, o ecstasy e o LSD

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Washington | AFP

O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs formalmente nesta quinta-feira (16) reclassificar a maconha como uma droga de baixo risco, uma mudança histórica que aproximaria a política federal da opinião pública.

"Ninguém deveria estar na prisão simplesmente por usar ou possuir maconha. Ponto", disse Biden em uma declaração em vídeo.

"Muitas vidas foram alteradas devido a uma abordagem equivocada em relação à maconha e me comprometi a corrigir esses erros", afirmou.

Mulher carrega uma planta de maconha durante a Parada Anual de Cannabis de Nova York, em Manhattan, na cidade de Nova York - Eduardo Munoz - 4.mai.2024/Reuters

A maconha tem sido classificada desde 1970 como uma droga pertencente à Lista I, de acordo com a Lei de Substâncias Controladas (CSA, em inglês), juntamente com a heroína, o ecstasy e o LSD, o que significa que não tem um uso médico aceito e tem um alto potencial de abuso.

A proposta a rebaixa para uma droga da Lista III, juntamente com a cetamina e analgésicos que contêm codeína, com uma probabilidade de dependência de moderada a baixa.

A iniciativa para reclassificar a Cannabis foi apresentada pela administração Biden no final de abril e o Departamento de Justiça iniciou oficialmente o processo na quinta-feira.

A maconha continuará sendo uma substância controlada até que o processo seja concluído, o que inclui um período de consulta pública e uma possível audiência perante um juiz.

Em 2022, Biden se tornou o primeiro presidente a iniciar uma revisão federal da política sobre a maconha. De acordo com uma pesquisa do Pew Research Center, 88% dos americanos acreditam que a maconha deve ser legal para uso médico ou recreativo. Apenas 11% disseram que não deveria ser legal de forma alguma.

A Cannabis foi proibida pela primeira vez em nível federal em 1937, uma decisão que, segundo críticos, foi tomada em grande parte seguindo um raciocínio racista, pois era percebida como uma droga intimamente ligada ao ambiente do jazz e aos imigrantes mexicanos.

A década de 1970 trouxe a "guerra contra as drogas", que também afetou desproporcionalmente as minorias, antes de o movimento pela maconha medicinal se enraizar na década de 1990.

Em 2012, os estados começaram a legalizar a maconha recreativa para adultos. A Cannabis é hoje um negócio bilionário nos Estados Unidos, e mais da metade dos estados legalizaram seu uso recreativo e medicinal, incluindo Califórnia e Nova York.

Mas sua classificação na Lista I dificulta o acesso das empresas aos serviços bancários, impede o financiamento federal para a pesquisa da maconha medicinal e o comércio interestadual, bem como a regulamentação federal sobre as melhores práticas e protocolos para a maconha.

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