Descrição de chapéu Projeto Saúde Pública

Vírus sincicial e Influenza A estão em ascensão na maior parte do país, diz Fiocruz

Vacinas e uso de máscara são essenciais principalmente no Rio Grande do Sul, dizem especialistas

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São Paulo

O boletim InfoGripe, da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (16), mostra aumento de internações respiratórias causadas pelo VSR (vírus sincicial respiratório), que afeta especialmente crianças, em boa parte do território nacional.

O VSR é o principal agente causador de bronquiolite em bebês, uma doença respiratória comum e altamente contagiosa, cujos sintomas principais são tosse e falta de ar. Em geral, os casos são leves, mas podem resultar em internações hospitalares. Este vírus é responsável por 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias nos pequenos, segundo especialistas.

mulher negra usa uma máscara amarela e blusa azul escura. Mulher branca de cabelos enrolados coloca um curativo em seu braço
Vacinas e uso de máscara é essencial no RS, pela queda de temperatura e situação de vulnerabilidade - Crédito: Unsplash

A circulação do VSR gera aumento da incidência e da mortalidade por infecções respiratórias causadas por esse vírus em crianças de até dois anos. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de Srag (síndrome respiratória aguda grave) em crianças são rinovírus, Influenza A (gripe) e Covid.

Em 1º de abril deste ano, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a primeira vacina para gestantes contra o VSR. Desenvolvido pela Pfizer, o imunizante Abrysvo oferece proteção de 82% a bebês de até três meses de idade contra infecções graves.

Mulheres grávidas devem receber uma única dose entre a 24ª e 36ª semana de gestação, como forma de oferecer resposta imune contra infecções respiratórias causadas por VSR nos bebês até 6 meses de idade. Os anticorpos produzidos pelas mães chegam até o bebê por meio da placenta.

Nas últimas oito semanas epidemiológicas, a mortalidade por Srag foi semelhante entre crianças pequenas e idosos. Neles, os óbitos são associados ao Covid-19 e ao vírus da gripe.

Os dados do Rio Grande do Sul não foram considerados nesse boletim, devido à dificuldade de atendimento da população atingida pelos eventos climáticos extremos. Porém, especialistas recomenda o uso de máscaras e a vacinação já que a queda da temperatura e a situação de vulnerabilidade podem agravar quadros respiratórios.

Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, lembra que a campanha de vacinação para Influenza A está aberta para todos com seis meses ou mais de idade e recomenda o uso de máscaras adequadas para qualquer pessoa que for a uma unidade de saúde e a quem estiver com sintomas de infecção respiratória, especialmente aos moradores do RS.

Segundo Gomes, a vacina e os cuidados são fundamentais no estado pois, com a atual queda das temperaturas na região e a situação de vulnerabilidade, os quadros respiratórios podem se agravar. Nas últimas semanas epidemiológicas, o estado já vinha registrando aumento no ritmo de crescimento das internações por infecções respiratórias, especialmente influenza A e VSR.

Gomes destaca ainda a importância da vacinação como forma de proteção durante a tragédia em curso no estado, principalmente contra gripe, Covid, hepatite e tétano.

Em relação ao VSR, alguns estados do Nordeste, Centro-oeste e Sudeste se observa interrupção do crescimento ou queda. Segundo o boletim, 16 unidades federativas (UFs) apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

No cenário nacional, há sinal de estabilidade na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de queda na de curto prazo (últimas três semanas). Em 2024, foram notificados 53.179 casos de Srag, 25.194 (47,4%) eram positivos, 19.434 (36,5%) negativos e 5.645 (10,6%) aguardam resultado laboratorial.

Nas últimas quatro semanas, os vírus que mais prevaleceram entre os casos positivos foram: VSR (56,8%), Influenza A (27,6%), Covid-19 (5,1%), e Influenza B (0,2%). Entre os casos de morte com resultado positivo para algum vírus respiratórios, tem-se influenza A (47,1%), influenza B (0,8%), VSR (13,4%), e Covid-19 (35,1%).

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