Descrição de chapéu Todas

Mulher interpreta feto durante debate no Senado; veja vídeo

Debate ocorre nesta segunda após a decisão do STF de suspender os efeitos da resolução do CFM

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

No debate que aconteceu nesta segunda-feira (17) no Senado sobre a proibição do Conselho Federal de Medicina (CFM) à assistolia fetal, procedimento de interrupção da gravidez nos casos de aborto previsto em lei, uma contadora de história fez uma interpretação de um feto gritando durante o procedimento.

Nyedja Gennari grita e simula o desespero do feto, dizendo que quer continuar vivo, enquanto senadores assistem e filmam. Ela é professora e contadora de história, que tem um projeto de histórias personalizadas encenadas em eventos políticos, casamentos e empresas. Além disso, é assessora especial da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão.

A realização do evento atende a requerimento do senador Eduardo Girão (Novo-CE), que citou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender os efeitos da resolução do CFM até o julgamento definitivo de sua validade. A assistolia fetal consiste em uma injeção de produtos químicos no feto para evitar que ele nasça com sinais vitais e é recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Girão afirma que "não é possível que o ordenamento jurídico brasileiro permita a tortura de pessoas no ventre".

Após a repercussão negativa da apresentação, o senador manifestou solidariedade, afirmou que o roteiro era de responsabilidade do gabinete dele e que contraria Nyedja, se ela perdesse o emprego.

"Todo o roteiro que você fez aqui, a apresentação, é de responsabilidade do nosso gabinete. Nós fizemos com a nossa equipe. Você apenas apresentou. Você é uma contadora de histórias. Eu quero dizer o seguinte: se acontecer alguma coisa com você, com intolerância, com perseguição, o nosso gabinete vai contratá-la", disse durante a sessão.

Conforme revelou a Folha, após a publicação da resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina), serviços de aborto legal suspenderam atendimentos de mulheres e meninas com gravidezes acima de 22 semanas resultantes de estupro.

A sessão ocorre em meio à tramitação do Projeto de Lei 1904, que teve a urgência aprovada na Câmara dos Deputados. O projeto quer colocar um teto de 22 semanas na realização de qualquer procedimento de aborto em casos de estupro no Brasil, o que gerou comoção e acendeu o debate nas ruas e nas redes sociais sobre o aborto no país.

Como parte da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com três meses de assinatura digital grátis

Colaborou Thaísa Oliveira, de Brasília

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.