Trânsito no Brasil mata 47 mil por ano e deixa 400 mil com sequelas
Custo ao país é de R$ 56 bi, segundo levantamento de observatório de segurança viária
Custo ao país é de R$ 56 bi, segundo levantamento de observatório de segurança viária
O foco nos grupos de risco foi uma das saídas encontradas pela Austrália para melhorar a segurança no trânsito. A atenção especial aos vulneráveis, como jovens e idosos, ajudou o país a diminuir em 38,9% as fatalidades nos últimos 13 anos.
Apesar de prevista no Código de Trânsito Brasileiro como atividade extracurricular, a educação no trânsito raramente é encontrada nas escolas.
No réveillon de 2000 para 2001, Tabata Contri, 36, sofreu um acidente grave de trânsito. Ela estava de carona no carro de um amigo, sentada no banco de trás -sem cinto de segurança. Como consequência, perdeu os movimentos das pernas.
Distração, imprudência e desrespeito às regras são protagonistas quando se fala em acidentes de trânsito. Das ocorrências com morte no Estado de São Paulo, 94% são resultantes de falhas humanas, segundo levantamento do governo estadual.
O consumo de álcool e drogas é uma das principais causas de acidentes graves nas estradas, mas, se as operações tipo Lei Seca se tornaram corriqueiras contra as bebidas, ações mirando outros tipos de entorpecentes ainda são uma dificuldade para as autoridades por conta de sua logística mais complexa.
Resumo Gilberto da Silva, 38, tinha 24 anos quando sofreu o acidente que mudou sua vida. Ao cruzar uma linha férrea em Barueri (Grande SP), bateu num trem. A cancela e o sinal sonoro da via estavam quebrados. O motoboy teve o pé direito arrancado. Tornou-se jogador de vôlei sentado e foi a três Jogos Paraolímpicos. Hoje, não arrisca mais pilotar motos.
A preocupação com a segurança no trânsito é anterior à chegada do automóvel. O primeiro semáforo surgiu em 1868, 17 anos antes de o primeiro veículo com motor a combustão ser patenteado pelo alemão Karl Benz. O sinal servia para controlar o fluxo de pedestres e carruagens em Londres.
Os motociclistas lideram as estatísticas de óbitos no trânsito, com 31%, seguidos por pedestres (27%), conforme dados do Infosiga-SP. Só em abril, 139 motoristas de motos perderam a vida nas estradas do Estado.
Entre fevereiro e abril deste ano, a cidade de São Paulo registrou um aumento de 37% no número de mortes por atropelamento em comparação ao mesmo período de 2016, de acordo com dados do governo paulista.
O que custa responder uma mensagem no celular no meio do trânsito? Custa R$ 293,47 e sete pontos na carteira de habilitação.