Piloto da equipe brasileira de bobsled, Edson Bindilatti, 38, viveu os dois lados do esporte no país. As viagens às pistas da América do Norte, quando convivia com até 10 horas de espera em aeroportos por voos mais baratos, foram substituídas por um planejamento que indica ainda na pré-temporada quando e para onde o atleta irá viajar.
“A gente chega pronto para competir. Evoluímos bastante nisso”, diz o atleta, que irá à sua quarta Olimpíada.
A situação evidencia a mudança de status e a evolução do Brasil ao longo deste ciclo olímpico no bobsled, corrida de trenós com dois ou quatro atletas em uma pista de gelo.
O Brasil disputará a prova nos Jogos de PyeongChang, na Coreia do Sul, em uma condição inédita, entre as 25 melhores equipes do mundo.
Além de Bindilatti, compõem a equipe Odirlei Pessoni, 35; Denis Parreiras, 35; Edson Martins, 28; Erick Vianna, 24; e Rafael Souza, 21.
Todos eles começaram suas carreiras no atletismo, mas migraram para o bobsled e nos últimos quatro anos dedicaram-se ao novo esporte.
Para se sustentarem, eles dividem o tempo dedicado aos treinos com outras atividades. Bindilatti, por exemplo, trabalha como personal trainer. Todos eles participam do programa Bolsa Atleta, do governo federal.
Como o país só pode inscrever quatro atletas e um reserva, Parreiras foi cortado e o trenó será formado por Bindilatti, Pessoni, Martins e Souza. Vianna é o reserva.
Em janeiro, a equipe confirmou a quarta participação olímpica no quarteto (4-man) com sua melhor posição no ranking pré-olímpico (21º).
Para os Jogos de Inverno de 2014, o Brasil obteve a classificação no quarteto com a 36ª colocação do ranking da Federação Internacional de Bobsled e Skeleton.
Para PyeongChang, a vaga veio de maneira mais tranquila, com 15 posições à frente —em determinado momento, o país chegou a ser o 17º.
Ao longo do ciclo olímpico, a equipe masculina faturou 14 medalhas nas duplas e no quarteto em etapas da Copa América, que reúne países de todo o mundo em provas nas quatro pistas localizadas na América do Norte.
Até então, o Brasil tinha conquistado apenas quatro pódios nessa competição.
As primeiras medalhas de relevo para o país haviam vindo em 2016, no Mundial de Push (disputa para ver quem tem a melhor largada no esporte): bronze na dupla (Pessoni e Souza) e no quarteto.
A expectativa dos atletas, que neste ano treinaram juntos no NAR (Núcleo de Alto Rendimento), em São Paulo, é alcançar o melhor resultado do trenó brasileiro em Jogos de Inverno e superar a 25ª colocação em Turim-2006.
“Nós queremos um grande resultado em PyeongChang”, afirma Bindilatti.
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