Descrição de chapéu Copa do Mundo viagem

Hotel que recebe seleção em Moscou é marco da era stalinista

Diária mais barata sai por R$ 1.121 no período que os jogadores brasileiros ficarão por lá

Fábio Aleixo
Moscou

Em Moscou para a disputa de amistoso contra a Rússia na próxima sexta-feira (23), a seleção brasileira está hospedada em um hotel cujo prédio é um marco do período soviético e faz parte do grupo conhecido como “Sete Irmãs de Stálin”.

São edifícios que têm de 130 a 240 metros de altura e misturam os estilos barroco soviético e gótico. São fáceis de distinguir pelo topo em formato de agulha e se destacam na paisagem moscovita.

Fachada do Hotel Radisson onde a seleção brasileira está hospedada em Moscou
Hotel Radisson onde a seleção brasileira está hospedada em Moscou - Divulgação/Radisson

Todos esses prédios foram construídos de 1947 a 1957 a mando de Josef Stálin (1878 a 1953). Eles geraram e geram discussões pelo fato de sua arquitetura evocar o espírito repressor do ditador. Há debates sobre a sua beleza.

Após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1945, Stálin pensava que Moscou precisava de renovação para competir com as grandes cidades ocidentais. Para ele, a falta de arranha-céus era uma humilhação para a União Soviética.

Por isso, tratou de convocar para o trabalho os melhores arquitetos e engenheiros do período. Deveriam ser oito edifícios, mas um deles jamais foi concluído.

A ideia não era nova. Em 1931, mandou destruir a catedral do Cristo Salvador para construir o Palácio dos Sovietes. Um edifício de 485 metros de altura com uma estátua de 100 metros de Lenin no topo. A construção, no entanto, parou tão logo teve início a Segunda Guerra Mundial.

O prédio onde a seleção está hospedado, que é conhecido hoje como Radisson Royal, só foi concluído em 1957, quatro anos após a morte do ditador.

Inaugurado como Hotel Ukraina, já foi considerado o maior da Europa. Levou este nome até 2007, quando foi fechado para renovação. Reabriu em 2010 sob a nova bandeira e hoje é um dos mais luxuosos da capital russa.

Tem 198 metros de altura e conta com 535 quartos e suítes, além de piscina, 26 lojas de grife e até um píer particular para passeios de barco pelo Rio Moscou no verão.

A diária mais barata no período que a seleção ficará sai por R$ 1.121. Isso por ser inverno e se tratar de baixa temporada turística. Para a época da Copa, já está totalmente ocupado.

Além dos hóspedes, o hotel recebe diversos visitantes que não pagam pela diária. Estão interessados em ver 57 esculturas do período soviético, pinturas e um diorama que marca três atentados à bomba realizados em Moscou em 1977 e que causaram comoção no país.

Quando esteve em Moscou em novembro do ano passado para enfrentar a Rússia na inauguração do Lujniki, a Argentina também se hospedou no local.

“Para nós, é um motivo de alegria receber a seleção do Brasil em nossas instalações. Podem ter certeza que os jogadores e membros da comissão técnica terão o melhor à disposição”, afirmou Stefan Kuehr, gerente-geral do Radisson, após mostrar o hotel à reportagem.

As outras irmãs stalinistas são hoje: Universidade Estatal de Moscou, Ministério das Relações Exteriores, hotel Hilton Moscou Leningradskaia, prédio da praça Kudrinskaia, prédio administrativo Portões Vermelhos e prédio Kotelnicheskaia.

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