Técnico interino largou engenharia e foi vitorioso na base

André Jardine passou por Inter e Grêmio antes de chegar ao São Paulo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Técnico do São Paulo, André Jardine, em pé, com chapéu, comanda treino do São Paulo na Barra Funda
Andre Jardine, técnico interino do São Paulo, comanda treino na Barra Funda - Luis Moura/WPP/Agência Globo

Trabalhando desde 2015 no São Paulo como técnico do time sub-20, o gaúcho André Jardine, 38, tem ideias muito claras de como as equipes que comanda devem atuar.

“Ele acredita muito na posse [de bola], mas não no futebol mecânico. Ele deixa a criatividade e a individualidade do atleta aparecer no momento certo”, conta Deive Bandeira, coordenador de scouting (analise de estatística) do Internacional, que trabalhou por seis anos com Jardine. 

Ambos foram treinadores das equipes de base do time.

Foi ali que Jardine teve  sua primeira chance de trabalhar com futebol, algo que almejava desde que trocou o curso de engenharia pelo de educação física da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Depois de dez anos entre o futsal e as categorias de base do time colorado, Jardine mudou-se para o rival Grêmio.

Entre 2013 e 2014, nos times sub-17 e no sub-20 do clube tricolor gaúcho, o técnico interino do São Paulo teve 21 vitórias em 25 jogos. As outras quatros partidas terminaram empatadas. 

Os bons resultados e a invencibilidade levaram o treinador da base ao time principal. Ele passou a ser auxiliar-técnico de Luiz Felipe Scolari, na volta do ex-treinador da seleção à Porto Alegre.

Em 2014, foi demitido do Grêmio e chegou a ficar sem clube durante alguns meses. Até que, no ano seguinte, recebeu proposta do São Paulo para trabalhar no CT de Cotia com o time sub-20.

Sob seu comando, os garotos da base do time tricolor foram a 11 finais, conquistando 7 títulos. Já a equipe principal não levanta um troféu relevante desde 2012, com a conquista da Sul-Americana. 

Os títulos de Jardine no sub-20 vão do bicampeonato da Copa do Brasil (2015 e 2016) ao da Libertadores (2016). O treinador, no entanto, bateu na trave ao buscar um de seus objetivos, o título da Copa São Paulo —o time perdeu a final deste ano para o Flamengo.

Nas várias campanhas vitoriosas com os garotos de Cotia, o estilo aguerrido do futebol gaúcho esteve presente. Times organizados, mas ao mesmo tempo ofensivos. 

Jardine sempre declarou  que nunca teve pressa para virar técnico profissional. Ao mesmo tempo, nunca negou que dirigir um time principal, não apenas como interino, é um dos sonhos que ele tem para o futuro da carreira.

Mas não será desta vez que ele será efetivado no cargo. O que não significa que seu nome esteja fora dos planos do diretor de futebol Raí.

“O padrão do futebol do São Paulo terá regularidade, segurança defensiva e alternativas de ataque para propor o jogo”, afirmou nesta sexta-feira (9) o diretor Raí.

Segundo o dirigente, mesmo Jardine se encaixando no perfil que o São Paulo quer, ele não será protagonista, mas terá um papel chave na futura comissão técnica.

“Conversei com ele. O Jardine demonstrou o interesse de conhecer outras escolas do futebol, na Europa. Outros países. É um investimento de médio prazo”, disse Raí.

O ex-jogador disse que o próximo técnico do São Paulo será anunciado nos próximos dias e vai se enquadrar à proposta do clube.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.