Já é impressionante um único jogador fazer três gols contra a Espanha em uma Copa. Quase tão impressionante é o quanto Portugal depende dele.
Cristiano Ronaldo acertou três bolas no gol no empate desta sexta-feira (15). As três entraram. No total, Portugal finalizou apenas seis vezes na partida.
Apenas outros três jogadores de Portugal conseguiram finalizar na meta.
A Espanha teve o dobro de jogadores que acertaram o gol português.
Ronaldo, sozinho, sofreu quase a metade das faltas cometidas pela Espanha (4 de 10). Uma delas foi o pênalti no primeiro tempo, que ele mesmo converteu. Outra foi no fim do jogo, em que ele bateu, converteu e fechou o placar em 3 a 3.
Os gráficos a seguir mostram o quanto a vida do astro português do Real Madrid é dura na sua seleção.
As áreas coloridas representam onde ele mais tocou na bola. Vermelho é onde ele mais atuou. Fica evidente que ele tem de atuar mais longe da área adversária, para conseguir receber a bola.
O atacante da Espanha Diego Costa, que também teve grande atuação (fez dois gols), pôde ficar mais próximo à área da seleção portuguesa, o que facilita o trabalho de um atacante.
A área marcada em azul aponta que Ronaldo, além de tudo, também voltou para ajudar a defesa (os gráficos foram feitos com base em dados da empresa Opta). Ronaldo fez ainda o dobro de passes certos do que Diego Costa (34 ante 16).
Seria um exagero dizer que o atacante jogou sozinho para Portugal. O volante William, por exemplo, correu 21% mais do que Ronaldo (8,7 km ante 10,5 km). Mas, no ataque, só deu ele mesmo.
Pelo lado espanhol, a equipe manteve a organização com o novo técnico Hierro, que entrou no lugar de Julen Lopetegui, demitido dois dias antes da partida.
O time campeão de 2010 teve 67% de posse de bola, índice semelhante ao das últimas partidas da equipe.
Quando ainda vencia por 3 a 2, no fim do segundo tempo, os espanhóis chegaram a fazer uma sequência de 55 passes sem que os portugueses tocassem na bola. A maior sequência de Portugal foi de 24 passes. Mas tinham Cristiano Ronaldo.
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